quinta-feira, 31 de março de 2016

Morte na família

"Saí nu do ventre da minha mãe, e nu partirei. O Senhor o deu, o Senhor o levou; louvado seja o nome do Senhor " (Jó 1.21).


Em algum momento na vida ela chega. Às vezes sorrateira, às vezes abrupta. Como um alívio em meio a tanta dor, como um golpe ligeiro e cabal, como uma amiga traiçoeira ou como uma implacável injustiça.

De uma maneira ou de outra, não importa, ela é sempre dolorida e durante muito tempo irá doer e teimar em trazer muitas lágrimas. E então a saudade fará morada em nossa casa e família, mostrando sempre o vazio que nunca poderá ser preenchido por mais ninguém. O ente querido que partiu será sempre único em nossas vidas e jamais poderemos querer colocar outro em seu lugar. Não vai dar certo.

A morte faz parte da vida. Fato! Muito cedo ou mais tarde, a morte chega, implacável!
Como lidar com ela?

1.   Encarar a morte. É preciso passar todo o tempo possível velando o morto, chorando, ouvindo as palavras de conforto, sendo abraçado e abraçando. É hora de chorar mesmo! Hoje em dia me preocupa as pessoas fechando as portas dos velórios durante a noite toda. “Ah, o morto está morto, de que adianta ficar ali?”. Adianta sim, adianta para o processo de despedida do ente querido.

2.   É preciso chorar. Já vi tantas pessoas evitando as lágrimas diante da morte. Até parece que é pecado chorar. Já vi pessoas evitando chorar perto dos filhos, e pessoas que, para consolar o outro, dizem para não chorar. Jesus chorou quando Lázaro morreu, relata João 11.33-35.

3.   É preciso falar sobre a pessoa que se foi. Isso ajuda na elaboração do luto. Deixemos falar. Dar atenção confortará a pessoa enlutada.

4.   Não desfazer-se rapidamente dos pertences da pessoa que se foi. Não é preciso colocar coisas a frente para se martirizar, mas sim guardar e esperar o momento certo de olhar tudo com calma, chorar mais uma vez e depois doar os pertences. Desfazer logo de tudo pode ser uma fuga, uma maneira de não lidar com a realidade.

5.   Guardar algum objeto de recordação. Algo que faça lembrar com carinho da pessoa que se foi. Presentear também os parentes e amigos. Certamente muitos receberão com muito amor uma recordação da pessoa querida.

6.   Compartilhar os sentimentos de saudade e tristeza com as crianças. Muitas vezes as crianças não expressam seus sentimentos porque lhes parece ser proibido. Crianças são muito sensíveis, encaram a morte de maneira bem diferente dos adultos, mas elas sofrem também, e muito; sentem saudade. Falar sobre a pessoa querida com a criança, deixar que ela fale, que faça perguntas, que chore; chorar junto é importante. É não tentar fingir que não dói.

7.   Não pensar que pode esconder de Deus os questionamentos, a mágoa, a revolta, o medo, o desconsolo. Deus sabe, Ele vê o coração e sonda os pensamentos. É muito melhor derramar diante dEle todo o pesar, todo a revolta e dor, de acordo com Jeremias 17.10. Isso trará um grande alívio.

8.   Lembre-se: “Se” não existe. Se tivesse levado ao médico antes, se tivesse sido mais presente, se eu tivesse tido mais paciência. São pensamentos tolos, torturantes e não farão mudar a difícil realidade, como diz Jó 14.5.

E depois…

1.   Se já não o fez, é preciso “entregar” a pessoa saudosa a Deus. Ele deu, Ele levou. Pertence a Ele.

2.   Ao seu tempo, “Deus enxugará dos seus olhos toda lágrima” (Ap 7.17). Se este tempo não chegar depois de alguns anos, é preciso procurar ajuda profissional. A depressão é comum em processos de luto. As fases do luto são: Negação, raiva, negociação, depressão, aceitação. Algumas duram mais, outras menos, e podem se sobrepor à outra ou retornar.

3.    A vida segue em frente. Cada pessoa tem sua missão enquanto viver neste mundo e é preciso cumpri-la (Lucas 9.60).

4.   Manter a fé inabalável. Raiva e revolta podem até fazer parte, devido à fragilidade humana, mas manter a fé na soberania e presença de Deus é fundamental para a cura da ferida da alma, como está escrito em Romanos 11.36.

(Elizabete Bifano, psicóloga que lidou com os mais variados processos de luto e pessoa que aprendeu preciosas lições lidando de perto com a perda. Saudades para sempre dos meus pais, irmãos, avós, tios e amigos que estão na eternidade. Dói mais ainda a perda daqueles que não sabemos se foram levados pelo anjo do Senhor.)

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