
Havia muito tempo que Dayse, sua mãe e Jamil tentavam levar Roberto e Maura à igreja. Ela era mãe-de-santo e ele, cambono de Ogum. Durante cerca de uma hora e meia, eu, Jamil e Dayse falamos de Jesus ao casal. Lemos várias passagens nas nossas Bíblias, cantamos um hino e terminamos fazendo o apelo para que o casal de macumbeiros aceitasse Jesus. Em lágrimas, primeiro Roberto, depois Maura, ambos disseram que desde o culto na igreja na noite anterior estavam ouvindo o chamado de Deus. Estavam sentindo que deviam deixar a feitiçaria e entrar no caminho de luz que tinham vislumbrado na igreja. Antes de orarmos, eu me dirigi ao casal de irmãos e lhes entreguei a incumbência de cuidar dos bebês que acabavam de nascer.
Voltamos para a casa de Jamil e Dayse. Sentamos-nos nas cadeiras da sala e eu perguntei: “Do que era mesmo que vocês falavam?” Dayse e Jamil estavam com semblantes completamente mudados. Alegres. Jamil respondeu: “Esquece, pastor” e pediu à esposa para me servir um café. Ela já sabia que eu só tomava café feito na hora. Despejou o café que estava na garrafa térmica na pia e, em poucos minutos, veio com um café forte, cheirando a amor, três copos e o açucareiro. Dosei o açúcar, sorvi o primeiro gole e não pude deixar de exclamar, lembrando uma antiga propaganda: “Êta cafezinho bom”. Ambos entenderam o sentido das minhas palavras e todos começamos a rir. Pedi ao Jamil que apanhasse duas Bíblias na igreja para o casal de vizinhos, indiquei algumas providências que deviam tomar para começar a discipular Roberto e Maura e tratei de deixar o casal a sós, pois o Jamil precisava almoçar para pegar no batente. Uma das coisas que eu disse: “Os irmãos adotem esse casal como filhos espirituais e entendam que nenhuma renúncia pessoal que tenham de fazer será grande demais para ganhá-los”. Maura e Roberto se integraram na igreja, sempre acompanhados por Jamil e Dayse e nunca mais fui chamado para apartar brigas do casal. Nunca mais soube que o Jamil estivesse dormindo nos ônibus.
Muitas brigas entre casais e até separações acontecem por falta de uma motivação para que se dediquem ao trabalho cristão. Muitas discussões e divisões acontecem nas igrejas que perdem a sua visão missionária. Pastor: Ponha os crentes par testemunhar de Cristo e discipular os novos convertidos. Ensine-os a evangelizar e quando você perguntar pelos problemas, pelas encrencas, pelas cismas, eles dirão: Esquece, pastor!
Fonte: http://www.pibbvc.com.br/conteudo/artigos/esquece-pastor
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