terça-feira, 28 de julho de 2015

O ministério da visitação

Pr Alberto Stassen Administrador, mestrando em administração pelo IBMEC e membro da PIB de Nova Iguaçu, RJ.
A visitação é um ministério e uma orientação bíblica de muita importância e eficácia. Geralmente, é entendida como ato de visitar ou falar com alguém como gesto de cortesia ou amizade, ficando implícita que é um chamado breve, uma estada temporária. Caracteriza-se por um contato mais pessoal e direto. A visitação pessoal é um encontro direto de um indivíduo com outra pessoa, com propósito de entendimento ou compreensão das necessidades pessoais, oferecendo encorajamento e assistência em nome de Jesus, declarando, por palavra ou gestos, o cuidado e o amor que Deus quer disponibilizar. Pode acontecer de forma direta, face a face, ou por outros meios como uma conversa telefônica. Pode ser planejada, pode ser de um programa específico ou espontâneo, como um encontro no mercado ou no shopping. Pode ocorrer no lar, no hospital, no lugar de trabalho ou em qualquer outro ambiente, desde que “Jamais faça uma visita se você não se importa sinceramente com a pessoa a ser visitada” as pessoas possam se encontrar e conversar. Mas precisamos caracterizá-la como sendo sempre intencional, a fim de proporcionar oportunidade para conhecermos, entendermos as necessidades físicas, emocionais e espirituais daquelas pessoas a quem nos dirigimos, com a motivação maior de expressarmos o amor de Deus revelado em Cristo Jesus.
Base bíblica para a visitação
• Deus foi o primeiro visitador – Gênesis 3.8;
• Visitas da parte de Deus – Gênesis 18.1-10; Atos 7.23; 10.1-8;
• Oportunidade para edificação – Provérbios 12.25; 15.22,23; 17.17; Isaías 1.17;
• Algo do coração de Deus – Mateus 25.36,40; Lucas 1.68; Tiago 1.27;
• Possibilidade de ensino-aprendizagem – Lucas 2.41-47; 10.38-42; 19.5-10; Atos 20.19-23,24,30,31; 28.23,24,30;
• Supre necessidades pessoais – Atos 16.14,15;
• Traz alegria e satisfação – 2João 12.
Importância da visitação
• Valoriza as pessoas;
• Faz-nos conhecer melhor as pessoas;
• Dá-nos a oportunidade de ouvir a pessoa se expressar sobre assuntos que não falaria na igreja;
• Dá-nos noção do comportamento que não vemos na igreja;
• Produz comunhão e satisfação;
• Leva apoio em horas importantes;
• Ajuda a evangelização;
• É restauradora e eficaz.
Pré-requisitos para visitação
Um visitador deve, entre outras coisas, procurar:
• Cultivar virtudes essenciais da
personalidade – humildade, comunicação, discrição, confiança etc.;
• Preparar-se espiritualmente – oração constante, leitura e observação das verdades bíblicas, comunhão, testemunho, dependência de Deus;
• Preparar-se mentalmente – ter tranquilidade inteirar-se da situação do visitado, fazer leituras sobre o problema em questão, fazer distinção sobre o próprio problema em questão, fazer distinção sobre o próprio problema e situação da pessoa, estar atualizado, atentar para prováveis desculpas etc.;
• Preparar-se fisicamente – descansar, vestir-se adequadamente, mostrar boa aparência física, estar bem de saúde e consigo mesmo, demonstrar ânimo e disposição etc.
Característica de um visitador
Além de servo de Jesus e da submissão ao Espírito Santo, àquele que faz visitas, em nome de Jesus, precisa apresentar certas qualidades:
• Profundo amor às almas perdidas;
• Leitura diária da Palavra de Deus;
• Vida de oração;
• Relacionamento afável e espontâneo;
• Boa capacidade de atenção e observação;
• Não se impressionar com o aspecto físico que vir;
• Autocontrole de sentimento e emoções;
• Respeito às ideias religiosas diferentes;
• Ser disciplinado em regulamentos;
• Discrição em olhar e moderação dos gestos;
• Humor estável, perseverança no trabalho;
• Facilidade para conviver em grupo;
• Atualizado sobre os acontecimentos diários;
• Discernimento e sensibilidade no conversar;
• Não ser dominador;
• Saber escutar pacientemente o visitado;
• Ter cuidado e bom gosto com a sua aparência;
• Evitar intimidades;
• Não invadir a privacidade alheia.
Procedimentos básicos para uma visita
O visitador deve estar atento para estes procedimentos:
• Marcar dia e hora;
• Telefonar ou informar antes (caso não possa, avalie);
• Sempre ir acompanhado do cônjuge ou outra pessoa madura;
• Procurar ser pontual;
• Chamar com paciência e esperar;
• Apresentar-se com cuidado;
• Tomar cuidado com a intimidade;
• O vocabulário usado deve ser cuidadoso;
• Após os cumprimentos, ouvir a pessoa um pouco para ela ficar à vontade;
• Falar o motivo da visita;
• Usar voz adequada e agradável;
• Evitar emitir conceitos que agridam ou causem dificuldades;
• Evitar críticas;
• Evitar falar da vida dos outros;
• Não favorecer conversas alheias;
• Tomar cuidado com o tempo de duração da visita;
• Estar preparado para situações desagradáveis na chegada para a visita;
• Receber com alegria qualquer coisa oferecida, desde que não agrida a conduta cristã;
• Procurar não interromper a rotina da casa;
• Informar-se ao máximo sobre a pessoa, com antecedência, sem agredir a privacidade;
• Oferecer material personalizado;
• Não pedir nada que possa causar constrangimento;
• Na medida do possível, ter algo a oferecer;
• Jamais fazer uma visita, caso não esteja amável.
“Portanto, irmãos procurem fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição. Pois, fazendo isto, nunca, jamais tropeçareis, e vos será amplamente concedida à entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2Pe 1.10,11).

Fazendo uma visita para compartilhar o Evangelho
Uma conversa com o propósito de evangelizar precisa acontecer, muitas vezes, de forma intencional, mas isto não deve excluir a naturalidade dos seus requisitos fundamentais. Quando for convidado, procure aproximar-se da pessoa de forma natural e espontânea. Inicie a conversa de maneira calma e tranquila, criando um ambiente agradável. Esteja sempre pronto para ouvir, antes de falar. A pessoa precisa saber que o que ela tem a dizer é importante e que será bem recebido. Além do que muitas pessoas se mostram ansiosas por encontrar alguém que lhes deu atenção. Em outras palavras, muitas estão ansiosas para serem ouvidas. É pelo gesto de ouvir que encontraremos, a partir das necessidades expressadas, a maneira mais adequada de apresentarmos o evangelho como algo que pode ser a resposta para aquelas necessidades insatisfeita. Darrel Robinson apresenta um acróstico que pode ser utilizado de forma significativa para apresentação do evangelho a qualquer pessoa:
F – amília
O – cupação
R – eligião
M – ensagem
A – mor
Pergunte, de maneira educada e gentil, sobre a família e ocupação. As pessoas gostam de falar sobre os assuntos que são de seu interesse. Faça perguntas como, por exemplo: Você quer falar sobre sua família? Quantos filhos você tem? Que tipo de trabalho você tem? Você tem outras atividades?
Mostre interesse naquilo que a pessoa faz. Lembremos que, quando conversamos, não estamos fazendo discurso ou pregando: falamos, mas precisamos também ouvir e prestar atenção naquilo que estão nos dizendo. Sem utilizar expressões que denotem superioridade ou ideias preconcebidas, poderemos introduzir o assunto religião na conversação de maneira espontânea e com naturalidade: Você costuma ir a alguma igreja? Ia quando era criança? Sua família costumava dar alguma orientação sobre religião? Existem igrejas próximas à sua casa? Faça perguntas que possam servir de ponto de partida para uma conversa sobre a vida espiritual da pessoa, de tal forma que ela não se sinta pressionada ou ameaçada, sendo levada a responder de maneira defensiva. Muitas vezes, a igreja é o ponto em que as pessoas se apegam para dizer que têm algum tipo de cuidado sobre a sua vida espiritual e isto deve ser valorizado, mas de tal forma que o assunto não se desvie para aspectos secundários: “Sem dúvida, buscar uma igreja onde possamos estar é muito importante. É o lugar certo quando conhecemos Jesus Cristo e temos um relacionamento direto com Deus. Mas a coisa mais importante é conhecer Jesus Cristo”.
Proponha-se a fazer uma pergunta muito importante ao visitado, deixando-o bem à vontade para responder, se já conhece Jesus Cristo de uma forma pessoal ou se está querendo conhecê-lo.
Se a pessoa disser que conhece, leve-a a relatar como foi a experiência de receber Jesus, e quanto tempo faz que isto aconteceu. Se ela demonstrar não compreender exatamente o que significa isto, apresente o seu próprio testemunho e compartilhe o evangelho.
Se a resposta for “não” ou “eu estou querendo conhecê-lo”, então ofereça a opção: “Eu posso compartilhar com você a maneira pela qual você pode conhecê-lo e experimentar a vida eterna?”.
Para esta apresentação, você pode usar material com o qual você é mais familiarizado, seja ele um folheto, um relato de uma experiência, passagens bíblicas, seu testemunho, ilustrações.
Se a Bíblia for usada, procure saber se a pessoa a possui e use-a junto com ela, orientando-a na leitura. Se não tiver, use a sua própria. São muitas as passagens que, de acordo com a situação, podem ser utilizadas, tais como João 3.16 ou a sequência de Romanos 1.18; 6.23; 5.8; 2.4; 10.9; 10.13 que nos dá um roteiro de apresentação do plano de salvação.
Nem sempre será necessário usarmos a Bíblia diretamente. É interessante conduzirmos a conversação em que demonstraremos conhecer a Palavra de Deus, mas sem a utilizarmos, já que nem sempre dispomos dela nesses momentos. E não devemos desperdiçar nenhuma oportunidade.
Há métodos, como o Evangelismo Explosivo, que se vale de um esboço do evangelho por meio do qual se dirige à conversação versículos bíblicos que dão conteúdo ao que se está apresentando e ilustrações a fim de tornar claro e bem compreensível este esboço do evangelho. Assim, em vez de decorar passagens inteiras da Escritura, deve-se memorizar este esboço do evangelho, exercitá-lo e construir a conversação a partir dele. O objetivo deste método é que a pessoa vá praticando, de forma gradual, como fazer uma apresentação completa do evangelho, de tal modo que isto venha a ser feito de forma natural, apropriando-se da mensagem, tornando-a a “sua” mensagem para todos que precisam conhecer o Salvador. Em outras palavras, testemunhar deve ser um modo de vida. Deve ser dada sempre uma oportunidade para que a pessoa expresse seu desejo de aceitar Cristo. E, se ela assim quiser, deve ser conduzida a fazer uma oração de arrependimento e confissão tal como: “Senhor, eu creio em ti e sei que tu me amas. Sei que tenho pecado e me arrependo. Perdoa-me e entra em meu coração. Eu te recebo agora como meu Salvador e Senhor. Ajuda-me a viver para ti.” Se a pessoa faz esta oração, ela precisa ter certeza de que, a partir desse momento, está salva. Passou a fazer parte da família de Deus. Tem assegurado um novo relacionamento de comunhão com Deus em Jesus Cristo. Tem aberto, diante de si, um novo caminho – a vida cristã repleta de possibilidade e bênçãos preciosas que o Senhor tem reservado para os seus.
Há diversas passagens bíblicas que nos trazem esta segurança de salvação como, por exemplo: “Por que todo aquele que clamar pelo nome do Senhor será salvo” (Rm 10.13); “Eis eu estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, eu entrarei e cearei com ele e ele comigo” (Ap 3.20); “Deus nos deu a vida eterna, e esta vida está em seu Filho. Aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida” (Jo 5.11,12).
É preciso fazer com que a pessoa entenda que a salvação não é uma fórmula mágica. Seus problemas não estarão todos resolvidos, sem esforço, sem sacrifício, sem preço. Não. É preciso saber que a comunhão dia a dia com Deus é que nos faz conhecer a preciosidade das bênçãos que nos reservou.
Precisamos lembrar sempre que Deus nos livra da condenação do pecado, mas não nos isenta das suas consequências. Mas, quando sentimos realmente a presença de Deus em nós, temos desejo sincero de seguir a Cristo e de obedecer-lhe, de compartilhar com outros esta alegria e desejar que venham a ter esta mesma experiência, de ler e estudar a Palavra de Deus, como forma de conhecê-lo e aumentar nossa intimidade com ele.
Estar sensível às necessidades das pessoas é fundamental, a fim de podermos identificar os pontos de contato e nos aproximarmos delas. Há sempre uma necessidade a ser satisfeita, uma mágoa que precisa ser curada, uma tristeza que precisa ser consolada, uma alegria para celebrarmos. As experiências, pelas quais as pessoas passam, fazem com que elas estejam mais receptivas ou resistentes a uma aproximação. De modo geral, aqueles que experimentam um momento de grande intensidade ou mudanças estão mais receptivos ao evangelho.
O exemplo de Jesus
A passagem da mulher junto ao poço de Samaria nos dá uma ideia de como é transformador e regenerador o encontro com Jesus e como nos estimula a compartilhar esta alegria com os outros ( Jo 4.28-30, 39-42). Esta passagem também nos faz recordar que evangelizar é centrarmos nossa atenção na pessoa e nas suas necessidades. Não basta falarmos abstratamente de um Deus distante da nossa realidade. Jesus dirigiu-se a ela, mencionando uma necessidade sua para, a partir daí, apresentar-lhe aquele que poderia satisfazer até os seus mais íntimos anseios, tais como amor, aceitação, respeito.
O Dr. Kennedy destaca que deveríamos compreender que, além da obra sobrenatural do Espírito Santo atuando na vida da pessoa a ser conduzida a Cristo, deveríamos entender melhor como funcionam as leis de persuasão.
Ele demonstra como Jesus utilizou estas cinco leis na conversa com a mulher samaritana: atenção, interesse, desejo, convicção e conclusão ou comprometimento. E não se tratam de coisas inventadas por vendedores ou quem quer que seja, mas de uma abstração de como funciona a mente e o coração humanos na hora de tomar uma decisão, seja ela qual for, a fim de se partir para a ação:
1) Atenção – Ele começa no ponto onde ela se encontra e chama sua atenção: “Dá-me de beber”. Judeus e samaritanos não costumavam se comunicar normalmente; como, então, ele lhe pedia água para beber?
2) Interesse – Sua resposta já lhe abre novas perspectivas na conversa: ”Se você soubesse quem está lhe pedindo água, você é quem me pediria e eu lhe daria água viva”. A réplica da mulher demonstra o seu vívido interesse: “Onde você poderia obter água viva? O poço é fundo e você não tem nada para tirar. Será que você é maior do que o pai Jacó que nos deu o poço?”
3) Desejo – Continuando, ele desperta nela o desejo por aquilo que tinha para oferecer-lhe: “Aquele que bebe desta água voltará a ter sede, mas aquele que beber da água que eu lhe der jamais terá sede de novo”. A mulher reconhece agora o benefício que ele estava lhe oferecendo. Ela sabia que não poderia ir buscar sua água no mesmo horário que as pessoas normalmente o faziam, por causa de sua reputação, assim ela diz: “Dá-me desta água para que eu nunca mais tenha sede de novo ou tenha que vir aqui para tirá-la”.
4) Convicção do pecado – Jesus aponta para ela que havia algo que a impedia de obter aquilo e que podia ser a solução para seus problemas, seu pecado: “Vai chamar teu marido”. Jesus não queria conhecer o marido dela, mas mostrar-lhe, de maneira indiscutível, as evidências de seu estado pecaminoso: “Você está certa. Você teve cinco maridos e o homem com quem você vive agora não é seu marido”.
5) Compromisso – Chega o momento em que ela se confronta com o Cristo vivo. Ela demonstra já ter algum conhecimento acerca do Messias, mas isto não é o suficiente. Era necessário que ela tomasse uma decisão em relação a ele: aceitá-lo ou rejeitá-lo. Não existe posição intermediária ou de indiferença em relação ao Filho de Deus.
Dr. Kennedy sugere que devemos ter sempre à mente estas leis de persuasão, a fim de podermos identificar onde temos falhado em nossas conversas evangelísticas; e o método do evangelismo explosivo faz com que isto seja uma das formas de treinadores e treinados poderem avaliar seu progresso na apresentação do evangelho de Cristo.
Numa visita, com propósito evangelístico, devemos ter sempre presente que ali estamos para transmitir à pessoa aquilo que Deus quer e pode fazer em sua vida. E a maneira mais marcante para que a pessoa possa compreender o quanto o Pai a ama e se interessa por ela, é com o amor e o carinho que ela receberá de nós. O significado disso em nosso crescimento espiritual é bastante relevante também para nós: o apóstolo João deixou escrito que se dissermos que amamos a Deus, a quem não vemos, e não formos capazes de amar aquelas pessoas que Deus coloca em nosso caminho, e que são perfeitamente visíveis, não seremos mais do que mentirosos (1Jo 4.20).

Artigo Publicado na Revista Administração Eclesiástica

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