quinta-feira, 29 de março de 2012

Deficiente visual é o maior usuário das bibliotecas em SP

Sérgio Luiz Florindo, de 51 anos, já pegou de empréstimo 533 livros na Biblioteca São Paulo, zona norte da capital. É o associado que mais obras leu nos dois anos do equipamento. 'Os livros me levaram a lugares que eu nem imaginava existir', diz ele, que é deficiente visual de nascença.

Mantida pela Secretaria de Estado da Cultura, a Biblioteca SP tem um grande acervo de audiolivros - além de filmes, CDs, gibis, jogos, computadores com acesso à internet e até os tradicionais livros em papel. Levado pela filha Larissa, de 25 anos, Florindo descobriu o mundo dos audiolivros. Além dos autores favoritos, já tem até sua lista de melhores narradores - Drauzio de Oliveira é o primeiro, seguido de Carlos Campanelli.

Florindo se tornou um devorador de obras. No áudio do DVD da sua casa, chega a ouvir três livros em um dia. A biblioteca permite que ele pegue dez obras de cada vez, ele nunca pega menos que isso. 'O cego constrói a imagem na mente e o escritor faz isso pra ele. Descreve a fisionomia, o lugar, fornece a imagem e eu vou construindo', conta ele.

A primeira obra que pegou foi Brumas de Avalon (de Marion Zimmer Bradley). Acabou com os quatro volumes em dois dias. Só falta O inferno para que termine a Divina Comédia, de Dante Alighieri. Mas seus livros prediletos são: Dom Quixote, de Cervantes, e toda obra de Jorge Amado.

O entusiasmo de Florindo com os livros deve-se muito pela segregação a que foi submetido a vida toda. Nunca aprendeu a ler em braile. Estudou praticamente todo o ensino fundamental omitindo à escola que era deficiente visual. Contava com a ajuda de colegas. No ensino médio, um professor entendeu que sua deficiência traria problemas à classe e ele teve de abandonar a escola. 'Ficava muito sozinho, só um amigo peruano que me ajudava mesmo. Graças a ele, eu até dirigi um carro uma vez.'

Aos 21 anos, trabalhou por um tempo no estoque de uma perfumaria. Com ajuda do irmão, o chefe também não sabia que ele era deficiente. Após a descoberta, teve de sair. Foi seu único emprego.

Casou, teve uma filha. Quando Larissa tinha 10 anos, a mãe sumiu. Florindo cuidou da filha, ajudou-a com as lições da escola. Ainda hoje Florindo mora em com a mãe.

'Eu fiquei por anos sem fazer nada em casa. Às vezes cansa não enxergar porque a gente perde muita coisa. Para mim, os livros foram a fuga', diz. Florindo também gosta de cinema e tem sua musas preferidas, a partir das descrições de amigos. 'Minha preferida é a Kim Basinger. Porque é loira e tem olhos claros', diz ele. 'Sou cego mas não sou bobo.'

Por Edison Veiga e Paulo Sandaña - O Estado de S. Paulo, estadao.com.br

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