domingo, 11 de janeiro de 2015

O DIÁCONO

Pr. David Cloud
Significado da Palavra “Diácono
A palavra grega Neo Testamentária para diácono - διακονος, diakonos – simplesmente significa “servo”. Considere a seguinte definição feita por W. E. Vine: “Diakonos...primeiramente denota um servo, enquanto estiver realizando um trabalho servil, ou prestando assistência a um serviço livremente, sem referência ao caráter deste serviço. A palavra está provavelmente conectada ao verbo ‘dioko’, apressar-se, dedicar-se (embora originariamente seja dito de um  corredor - carreira).
Uso Bíblico da Palavra “Diácono
Para propósitos práticos nós podemos dizer que o termo “diácono” é usado no Novo Testamento primariamente de duas maneiras:
1. Diácono se refere aos
 obreiros Cristãos em geral. Nos versos seguintes diakonos é traduzido por ministro: I Coríntios 3.5; II Coríntios 3.4,6; 1:23 ; Efésios 3.7; Colossenses 1:23; 1 Tessalonicenses 3.2 e 1 Timóteo 4:6 . Em todos esses versos a palavra grega diakonos é usada, e em cada caso, a referência é feita aos pregadores do Evangelho pregadores e obreiros cristãos em geral.
(NT.: Em Romanos 16:1 a palavra grega diakonos é traduzida por “serve”, pois apresenta o termo num sentido geral, de serviço dedicado e livre na igreja local. Vemos também na ACF em João 2.5 e 9 a palavra diakonos, traduzida por “servente”.)
Neste sentido, vemos que o Apóstolo Paulo, Timóteo, Epafras e outros pregadores eram chamados de “diáconos”. Sim, todo cristão deve ser umdiakonos, um servo, nesse sentido, um servo geral de Cristo, um ministro do Evangelho ao mundo perdido dos homens, um trabalhador humilde na igreja local.
2. Diácono também se refere a um determinado ofício na igreja local. O trabalho de um diácono, no sentido geral de ser um servo de Cristo e da Igreja, deve ser aplicado a cada cristão, mas há também o ofício de um diácono de que fala o Novo Testamento - um ofício com padrões definidos e elevados, e um cargo que só os cristãos devidamente qualificados e escolhidos podem servir (Filipenses 1.1; I Timóteo 3.13). É neste sentido que a palavra “diácono” é mais comumente usada hoje.
Mulheres Diáconos?
O exemplo de Febe em Romanos 16.1 é uma ilustração de como as mulheres podem ser diakonosno sentido geral – que é o de serem servos na igreja e mordomos de Cristo. Só os homens, porém, podem exercer o ofício de diácono. As qualificações exigem que o diácono “sejam maridos de uma só mulher, e governem bem a seus filhos e suas próprias casas” (I Timóteo 3:12). Este padrão é consistente com Novo Testamento, ensinando a proibição das mulheres ocuparem posições de liderança sobre os homens na igreja ou em casa. Embora o ofício de um diácono não seja uma posição de liderança, no sentido de que o ofício de pastor o é, os diáconos de fato devem ser homens de elevada estatura espiritual e são vistos pelos outros membros da igreja e por pessoas de fora como líderes espirituais.
As funções de um diácono
O cargo de diácono é reservado para os homens que se tornam servos da igreja e do pastor em um sentido especial para além do que é esperado de cada cristão. Embora realmente o termo “diácono” não seja usada em Atos 6.1-4, certamente podemos ver aqui um padrão bíblico para o trabalho dos diáconos. Observe que certos homens qualificados foram escolhidos quando uma clara necessidade se levantou, e sua principal função era permitir que os pastores permanecessem livres para continuar o ministério espiritual da Palavra de Deus e da Oração.
Claro, os diáconos podem fazer qualquer trabalho atribuído pelo pastor e da igreja, mas eles devem olhar especialmente para coisas tais como finanças, propriedade e projetos sociais (tais como assistência para as viúvas), liberando assim o pastor para dedicar toda a sua atenção, força e tempo para o ministério pastoral - supervisão da igreja, estudo, ensino, pregação, visitação, aconselhamento, oração.
Por este exemplo, em Atos, capítulo seis, podemos dar a seguinte definição ao termo “diácono”: Os diáconos são os homens que são selecionados para estarem em uma posição especial de servidão ao pastor e à igreja, continuamente vigilante e útil de alguma forma necessário para liberar o pastor para as funções que Deus lhe deu.
A Autoridade do Diácono
Em nenhum lugar do N. T. os diáconos são referidos como sendo supervisores [bispos, gerentes, governantes] na igreja, e em nenhum lugar eles são vistos governando sobre os pastores. Os diáconos não são os governantes! Claro, há momentos em que os diáconos ou outros homens na igreja devem assumir o controle. Um exemplo seria no caso da ausência de um pastor ou quando um pastor pecou tão grave e seriamente que deve ser disciplinado ou expulso. Mas, mesmo nesses casos, os diáconos ou outros envolvidos na orientação da igreja durante uma crise deve se lembrar de que o seu papel e autoridade é apenas temporária. Quando a igreja de novo tem um pastor chamado de Deus, qualificado, a liderança da igreja deve ser renunciada e entregue a ele pelos diáconos e quaisquer outras pessoas envolvidas na liderança durante a crise.
Os termos “pastor”, “ancião”, e “bispo” são usados intercaladamente no N. T. e se referem ao ofício do mesmo homem. As diferentes palavras são usadas para descrever os três aspectos do seu ofício – pastorear, instruir e liderar. Um pastor é o único oficial na igreja que tem autoridade Bíblica para exercer a supervisão. Ele é chamado de bispo, que significa supervisor. Os anciãos na igreja de Éfeso também são chamados de bispos – supervisores (compare Atos 20:17 com 20:28). No Novo Testamento a nenhum outro oficial é concedido este título. Diáconos nunca são referidos como supervisores, governantes, ou líderes. Uma igreja jamais deve estabelecer supervisores acima do supervisor!
Toda vez que uma comitiva ou um grupo de diáconos ou outro homem estabelecem a si mesmos acima da autoridade do pastor, ao invés de colocarem a si mesmos em submissão perante a posição assinalada por DEUS, os homens envolvidos estão em pecado e em rebelião à Palavra de DEUS.
Claro que, se um pastor está vivendo em pecado sem arrependimento ou está ensinando erro, os diáconos e/ou outros homens maduros na igreja devem levantar-se e exercer a disciplina bíblica na medida em que a situação exija. Esta é uma ocasião incomum, porém, tão logo o problema seja resolvido e um homem qualificado está novamente na posição de pastor, as rédeas finais de autoridade e supervisão devem ser entregues em suas mãos. No N.T. lemos sobre anciãos governarem bem (I Tim. 5.17), mas iremos procurar em vão por uma referência aos diáconos governando bem, porque eles não são posicionados para governar!
O QUE UMA IGREJA DEVE FAZER SE A AUTORIDADE PASTORAL SOFREU ABUSOS, OU SE O PASTOR FALHOU EM SEU MINISTÉRIO?
Apesar de considerar a autoridade do diácono, seria bom discutirmos a disciplina de um pastor ou a seleção de um novo pastor. Os diáconos muitas vezes assumem a orientação da Igreja em tais casos.
1.Seja extremamente cuidadoso sobre aceitar ou levantar alguma acusação contra um pastor.
“Não aceites acusação contra o presbítero, senão com duas ou três testemunhas”.  (I Tim. 5.19). Há sempre pessoas descontentes ao redor que Satanás tentará utilizar para destruir o ministério do pastor. Murmurando contra um pastor, ou detectando falhas e fofocando atrás das costas é algo mal e essas pessoas serão julgaas por Deus, se não se arrependerem. “Irmãos, não vos queixeis uns contra os outros, para que não sejais condenados. Eis que o juiz está à porta.” (Tiago 5:9). Nenhuma ação deve sempre ser tomada contra um pastor salvo mediante o testemunho de pelo menos duas testemunhas respeitáveis e piedosas.
2.Tentativa de correção e restauração, se isso falhar, o pastor errante deve ser demitido da igreja, assim como no caso de qualquer outro membro impenitente.
I Coríntios, capítulo cinco e Tito 3.10-11 se aplicam a qualquer pessoa na igreja, incluindo um líder. Além disso, há a instrução de I Timóteo 5.19-21. Devemos também observar que embora qualquer pecado pode ser perdoado se confessado e abandonado, existem vários tipos de pecado que desqualificam permanentemente um homem de certos ofícios na igreja. Exemplos seriam o adultério, o divórcio, ou a poligamia, que tornam o homem incapazes de cumprir as qualificações como um pastor ou diácono.
3. Não usurpar ou substituir a ordem da autoridade pastoral e supervisão na igreja de Deus.
Há uma tendência normal na igreja querer criar um sistema humano de freios e contrapesos sobre a autoridade do pastor depois de experimentar uma falha ou abuso de tal. Por exemplo, os diáconos algumas vezes assumem o controle da igreja de forma permanente e mantem a autoridade final sobre o pastor. Às vezes, as famílias mais fortes na igreja assumir o controle, às vezes de forma descarada, pública; mas com maior frequência de maneira sutil, “nos bastidores”. Em outros casos, os maiores doadores financeiros e empresários vão assumir o controle dos assuntos da Igreja, governando o pastor e a congregação, em público ou nos bastidores.
POR QUE ISSO É ERRADO?
1. Só Deus pode chamar um homem para ser o pastor de uma igreja (Atos 20.28; Ef 4.11). 
Os cristãos não têm autoridade para chamador um pastor, realmente. Deus deve chamar; o trabalho da igreja é reconhecer o chamado de Deus e do homem de Deus. Isso é o que a ordenação bíblica é. É o reconhecimento dos dons de Deus e do chamado de um homem (Atos 13.14).
2. Somente os pastores são chamados de bispos da igreja. 
Em nenhum lugar do Novo Testamento os diáconos ou os homens não ordenados são chamados de supervisores da igreja, e em nenhum lugar há um exemplo de tais homens, assumindo uma posição de supervisão. O que dissemos anteriores precisa ser repetido. Pastores devem ser os governantes e os governantes não devem ter supervisores!
USURPAR A AUTORIDADE PASTORAL É ALGO MALIGNO.
1. É o pecado de Coré (Num. 16).
2. É o pecado de Arão e Miriam  (Num. 12).
3. É o pecado de uma esposa rebelde (I Ped. 3.1-5).
4. É o pecado de uma criança rebelde (Prov. 30.17).
5. É o pecado de um servo rebelde (I Pedro 2.18).
 Qualquer grupo de homens, famílias, ou pessoas na igreja que assumam o exercício do controle sobre o pastor (ou pastores) são tão malignos como quaisquer das rebeliões listadas acima. A rebelião e a usurpação da autoridade é um sério problema diante de DEUS, e sobre os quais ELE especialmente exercerá duro juízo. 
I Timóteo 5.24-25 nos lembra que o julgamento nem sempre ocorrerá nesta vida terrenal. Alguns pecados seguirão os Cristãos para além do túmulo onde eles foram sepultados. Um grupo de diáconos, por exemplo, poderá governar sobre o pastor por muitos anos sem qualquer juízo aparente vir sobre eles, mas sem dúvida eles encararão esta rebelião no julgamento do Tribunal de Cristo.
CLOUD, David. A IGREJA NEO TESTAMENTÁRIA - Série de Estudos da Way of Life Literature
Obs.: Tradução do livro em andamento pelo Pr Miguel Maciel, com autorização do autor, ainda sujeito à revisão gramatical, para aplicação na Escola Bíblica Dominical aos domingos pela manhã. 
NOTA (não faz parte do livro de Cloud).
O Dr. Paul R. Jackson nos dá a seguinte definição:

“As qualificações dos diáconos acham-se em I Timóteo 3.8-13. Esta passagem deveria ser considerada em oração antes da eleição de diáconos. Interesse, política ou amizades pessoais não devem participar em tais eleições. É uma grande responsabilidade espiritual a escolha de oficiais para a igreja de DEUS. Muita meditação e oração devem guiar tais decisões.
Os diáconos devem ser homens bem amadurecidos, com caráter cristão provado na família, na igreja e na comunidade (Atos 6.1-8)...e é óbvio que a humildade deve ser a característica do homem que ocupe esse ofício.
A duração do mandato não está determinada na Bíblia...
Os deveres dos diáconos são indicados pela relação dos mesmos para com o pastor, em I Timóteo 3 , como seus assistentes. Atos 6 também indica que, conquanto tenham eles o ministério das necessidades temporais da igreja, devem ser homens cheios do Espírito Santo e que exerçam também um ministério espiritual.”
(JACKSON, Dr Paul R. A DOUTRINA DA IGREJA LOCAL. Imprensa Batista Regular. SP.) 

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