domingo, 4 de janeiro de 2015

Natal sem vinho

Elias Veloso do Carmo, colaborador de OJB


Doutor Norman Geisler dá testemunho de que nos EUA a norma prática dos cristãos sempre foi de total abstenção de bebidas alcoólicas, mas que atualmente não é mais assim. Cita a pesquisa Gallup, de julho 2007, que indica o espantoso índice de 64% dos leigos protestantes fazendo uso da bebida alcoólica, e esse índice vem aumentando ano após ano. É vergonhoso dizer que os cristãos evangélicos não ficam longe da sociedade em geral no uso de bebidas alcoólicas.
Queria dizer, pasmem. Mas é inútil porque sei que já é do conhecimento de todos que o uso do vinho já é rotina até por pastores em nossas igrejas. Alguns ainda bebem escondido para não escandalizar “a ralé”.
O consumo de bebida alcoólica no Brasil é associado a ocasiões especiais, inclusive entre os crentes. O vinho, em particular, é considerado a bebida da celebração. É assim que o vinho é visto desde sempre por muitos povos. Na Europa, o vinho vem sendo considerado um alimento. Para os brasileiros, ainda é um evento, sinônimo de comemoração.
Convido, você, meu querido leitor, para conferir comigo, honestamente, sem superfluidades, a verdade bíblica sobre o uso de bebidas alcoólicas e a necessidade de uma postura radical de ajustamento com Deus:

1.     A Bíblia condena o uso de bebidas fortes
Tanto o vinho, como as cervejas atuais, no Brasil são, tecnicamente, bebidas fortes. Basta que haja índice de 3,2% de álcool para ser tecnicamente bebida alcoólica. A revista Galileu edição 187 de fevereiro 2007 publicou, na coluna “Vigilantes do Copo”, o seguinte gráfico fornecido pelo Programa Álcool e Drogas sem Distorção do Hospital Albert Einstein: Teor alcoólico do vinho tinto: 12%; teor alcoólico da cerveja: 5%; teor alcoólico das bebidas destiladas: 40%.
2.     O vinho usado nos tempos bíblicos era misturado com água
O vinho, como usado antigamente, era misturado em três partes de água por uma de vinho, possuía 2,25 a 2,75% de álcool.
No Antigo Testamento, encontramos bebidas inebriantes feitas com cevada, romãs, tâmaras, maçãs e mel. Todas são chamadas de bebida forte. A palavra bíblica, do hebraico, para bebida forte é “secar”. Também encontramos com frequência a palavra “yayin” e normalmente refere-se ao suco de uva fermentado. Tanto a bebida forte “secar” como “yayin” é condenada em diversos textos, como por exemplo: “O 'yayin' causa zombaria e o 'secar' provoca tumultos” (Pv 20.1); “Não devemos olhar para o 'yayin' quando está vermelho. Ele morderá como cobra e picará como a víbora” (Pv 23.31-32); “O 'yayin' é causa dos ais, dos pesares, das queixas, das feridas sem motivo e dos olhos vermelhos (Pv 23.29-30).
A ordem de Deus é abstinência total de bebida alcoólica para todos os crentes. É também a recomendação para reis, sacerdotes, nazireus, e o povo em geral. O padrão divino, tanto do Antigo, como do Novo Testamento, sempre foi de abstinência total de todos os tipos de bebida alcoólica. É verdade e não preciso omitir que há uma tolerância para se beber vinho diluído em água, na proporção mínima de três partes de água para uma de vinho, para consumo moderado.
O doutor Geisler diz: “Estudos sobre os costumes antigos revelam que o vinho bíblico era fermentado, mas era também diluído em água à proporção de três por um quando usado como bebida ou na celebração da Páscoa e da Ceia. O Talmude judaico afirma que o vinho da Páscoa continha três partes de água para uma de vinho”. Está provado que mesmo um pequeno gole de vinho pode fazer um ex-alcoólatra retornar à dependência. Isto basta para nem se pensar em usar vinho sem mistura na Ceia.
A Mishná judaica, que é a antiga coleção escrita de interpretações orais da lei mosaica que antecederam ao Tamud, ordena: “Não pronunciem a bênção sobre o vinho até que água lhe seja acrescentada. A mesma mishná declara que os judeus utilizavam com certa regularidade o vinho fervido, ou, seja, o suco de uva reduzido a uma consistência grossa mediante a ação do calor. Quando Aristóteles descreveu o vinho da Arcádia disse que era tão espesso que era necessário raspar as garrafas de couro em que estavam armazenados e depois diluir estes pedaços de raspas em água para fazer uma bebida. O historiador romano Plínio se referiu com frequência a um tipo de vinho não embriagante. O poeta romano Horácio escreveu em 35 a.C. que “Aqui as pessoas ingerem múltiplos copos de vinho sem embriagar-se”. No nono livro de sua obra Odisseia, Homero anota que Ulisses colocou em sua embarcação uma bolsa de couro carregada de um vinho doce e negro, que era necessário diluir com vinte partes de água antes de ser bebido. Num antigo livreto chamado “A tradição apostólica”, aprendemos que a igreja primitiva seguia o costume de usar somente esta classe de vinho misturado, mesmo que fosse a partir de um xarope ou do suco recém-espremido. Estudos mostram que se a mistura for na proporção três de água por uma de vinho, a embriaguez só acontecerá depois da vigésima taça.
O doutor Geisler cita o professor Robert Stein, que em seu livro “Vinho Bebido no Tempo do Novo Testamento”, declara: “Nos tempos antigos, o vinho era geralmente armazenado em grandes cântaros de formato angular chamados amphorae. Para ser consumido, o vinho era derramado das amphorae para dentro das vasilhas chamadas krater, onde era misturado com água. (...) Com o vinho dessas krater, enchiam-se taças ou kylix”.
Até mesmo os pagãos consideravam um ato bárbaro tomar vinho não misturado com água. Doutor John McArthur Jr. é um dos autores que menciona a citação de Mnesiteu de Atenas, que confirma essa afirmação: “Se misturares vinho com água na proporção meio a meio, terás loucura; não misturado terás colapso do corpo". Clemente de Alexandria escreveu: “Convém misturar vinho com a maior quantidade de água possível”.
Conclusão: o padrão de vida cristã na Bíblia não admite praticar aquilo que Deus condena. Aliás, na teologia sistemática, a segunda estratégia para identificação daquilo que é pecado é, justamente, olhar para aquilo que o soberano Deus já declarou que condena, independente do motivo alegado para praticar.
Um argumento interessante de ser considerado por aqueles que defendem o uso do vinho é que 10% das pessoas que bebem, mesmo socialmente, se embriaga. Você embarcaria em um avião se soubesse que haveria 10% de chance do avião cair? Advertência bíblica: “É melhor não comer carne, nem beber vinho, ou fazer qualquer outra coisa que se torne motivo para que seu irmão tropece” (Rm 14.21).
Reflita nessa palavra de Deus ao povo: “Vocês não comeram pão, nem beberam vinho, nem qualquer outra bebida fermentada. Fiz isso para que vocês soubessem que eu sou o Senhor, o seu Deus” (Dt 29.6).
Meu querido leitor, fuja da “nova moralidade” que não é outra coisa, senão, a velha imoralidade com rótulo novo. Nosso desafio como povo de Deus é buscar a santificação, a plenitude do Espírito, o caráter de Cristo. Está chegando o Natal e as festas de fim de ano. Comemore sem vinho, sem álcool. Comemore com sua consciência em paz, como tem que ser a festa do povo de Deus.

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