Introdução
Há poucos registros a cerca da infância de Jesus. Uma exceção é o texto
de Lucas 2.41-52, que relata sua visita ao templo com seus pais quando tinha 12
anos de idade. Por isso, logo após os acontecimentos que compõem o nascimento
de Jesus, os evangelhos (Mateus, Marcos e Lucas) saltam para a narrativa do seu
batismo. É sobre isso que iremos estudar no Núcleo Familiar de hoje. Que o
Espírito Santo batize nossos corações na Palavra do Senhor!
Desenvolvimento do Esino
Texto-base: Mateus 3.1-17
O texto acima
registra a história do batismo de Jesus. A partir dele e de outros textos
bíblicos,
podemos identificar
quatro tipos de batismo e seus significados:
b. O batismo de João Batista
O batismo de João era um batismo de arrependimento e estava no limiar
entre a antiga e a nova aliança; João Batista foi o último dos profetas da antiga aliança. Quanto a isso, Mateus 3.1-2,5-7,11
diz: “Naqueles dias surgiu João Batista, pregando no deserto da Judéia. Ele
dizia: ‘Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo’. (...) A ele vinha gente de Jerusalém, de toda a Judéia e de toda a região ao redor do Jordão. Quando viu que muitos fariseus e saduceus vinham para onde ele estava
batizando, disse-lhes: ‘Raça de víboras! Quem lhes deu a idéia de fugir da ira
que se aproxima? Dêem fruto que mostre o arrependimento! (...) Eu os batizo com água para arrependimento”.
Arrependimento, ao contrário do que muitos pensam, não significa “tristeza”. A melhor palavra
correspondente a tristeza seria “remorso”. Arrependimento
significa “mudança de
atitude”. De
acordo com 2Coríntios 7.9-11, a
tristeza participa do processo de arrependimento, nos motivando a mudar de
atitude após pecarmos. A tristeza é uma grande e forte mola que nos impulsiona
na direção do arrependimento.
O batismo de João não era uma ministração mágica que dava à pessoa o poder de mudar devida. Ele não era ministrado àqueles que queriam se arrepender, mas, sim, àqueles que já tinham e estavam
se arrependendo dos seus pecados. Sendo assim, ele era um símbolo externo de
algo que já havia acontecido no coração e na vida das pessoas. Por isso, João
Batista repreendeu tão duramente os fariseu e saduceus que
foram a ele para serem batizados, dizendo-lhes que, primeiramente, deveriam
mostrar frutos de arrependimento.
Outro sentido que o
batismo de João poderia ter é o de perdão e purificação dos pecados. Uma
pessoa, ao ser
batizada publicamente por João Batista, reconhecia e confessava para os
presentes que ela era uma pecadora que necessitava de perdão e purificação da
parte de Deus (Mateus 3.6). A Bíblia ensina em 1João 1.9 que a confissão de pecados gera perdão e purificação para o pecador. Sendo
assim, por fim, o batismo de João apontava para a santidade e a santificação.
Sabemos que os três passos para se caminhar em um processo de
santificação rumo à santidade são: 1. Reconhecer o pecado; 2. Confessar o
pecado; 3. Arrepender-se do pecado.
c. O batismo de Jesus
Tendo o batismo de João o significado acima exposto, por que Jesus foi por ele batizado? Precisaria Jesus de arrependimento,
perdão e purificação? A resposta é, evidentemente, não. Por que, então, Jesus foi batizado por João
Batista? Qual o significado desse batismo?
Em Mateus 3.13-15, está escrito: “Então Jesus veio da Galiléia ao Jordão para ser batizado por João.
João, porém, tentou impedi-lo, dizendo: ‘Eu preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?’. Respondeu
Jesus: ‘Deixe assim por enquanto; convém que assim façamos, para cumprir toda a justiça’. E João concordou”. A
razão apresentada por Jesus para ser batizado por João foi “cumprir toda a justiça”. Que justiça é essa? De
maneira simples, podemos dizer que “cumprir toda a justiça” significava,
naquele contexto, obedecer à vontade de Deus. Ao ser batizado por João Batista,
então, Jesus estava demonstrando submissão a Deus e apoio público ao seu
ministério. Além disso, podemos apontar os seguintes significados e
conseqüências do batismo de Jesus:
a. Identificação com os pecadores. Ao receber um batismo que era próprio a pecadores, Jesus,
apesar de não ter pecado, estava se
identificando com eles, com a expectativa de substituí- los
(2Coríntios 5.21);
b. Anúncio público da
chegada do Messias e do início do seu ministério (João 1.29-34);
c. Recebimento da
unção do Espírito Santo e preparação para o ministério (Mateus 3.16);
d. Afirmação de sua
identidade de Filho de Deus e aprovação divina (Mateus 3.17).
d. O batismo com o Espírito Santo
No versículo 11 do nosso texto-base está escrito: “Eu os batizo com água
para arrependimento. Mas depois de mim vem alguém mais poderoso do que eu,
tanto que não sou digno nem de levar as suas sandálias. Ele os batizará com o Espírito Santo e com fogo”. O batismo com o Espírito Santo é um batismo ministrado por Jesus e que pode ter
pelo menos três significados e conseqüências:
a. Regeneração: O batismo com o Espírito Santo, primeiramente, promove regeneração a quem o recebe. Ezequiel 36.26 diz:
“Darei a vocês um coração novo e porei um espírito novo em vocês; tirarei de
vocês o coração de pedra e lhes darei um coração de carne. Porei o meu Espírito
em vocês e os levarei a agirem segundo os meus decretos e obedecerem fielmente
às minhas leis”. Esse texto fala de uma troca de corações e do recebimento do Espírito Santo, o que capacita a pessoa fazer
a vontade de Deus. Em João 3.3,5-6, Jesus usa a expressão “nascer de novo” para
se referir a isso. Ele disse: “Digo-lhe a verdade: ‘Ninguém pode ver o Reino de Deus, se não nascer de novo’. (...) ‘Ninguém pode entrar no Reino de Deus, se não
nascer da água e do Espírito. O que nasce da carne é carne, mas o que nasce do
Espírito é espírito’”. “Ver” e “entrar no Reino” têm como significado entender
e crer no Evangelho. O texto nos ensina, então, que ninguém pode entender e
crer no Evangelho se não nascer de novo, ou seja, se o Espírito Santo não agir
em seu coração operando a regeneração. Esse é o primeiro impacto do batismo com
o Espírito Santo;
b. Santificação:
O segundo impacto do batismo com o Espírito Santo é a santificação. O texto-
base nos diz que Jesus nos batizará com fogo. Dentre os seus muitos usos, o
fogo pode ser usado, por exemplo, na purificação do ouro.
Sendo assim, o batismo com fogo, que é o
Espírito, tem como objetivo purificar o cristão, ou seja, capacitá-lo para se santificar. Isso está conectado à
idéia do ser cheio do Espírito, que está em Efésios 5.18-21. Aquele que é cheio
do Espírito, manifesta o próprio Espírito através de sua vida, o qual tem como
fruto o “amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio
próprio” citados em Gálatas 5.22-23;
c. Capacitação:
O terceiro significado e conseqüência do batismo com o Espírito Santo para
aquele que o recebe é a capacitação para o ministério. O próprio Jesus, após
ser batizado nas águas por João Batista, recebeu dos céus o Espírito Santo, o
qual, segundo Lucas 4.18, o capacitaria para realizar a obra do Reino (as obras
de Cristo não foram feitas porque ele era Deus, mas, sim, mediante do poder do Espírito Santo). Atos 1.8, Jesus disse que os seus
discípulos receberiam poder quando o Espírito Santo descesse sobre eles e que,
assim, eles seriam suas testemunhas. Em 1Coríntios 12.7-11, Paulo fala sobre as diversas manifestações do Espírito Santo
(dons espirituais), que capacitam o seu corpo para a realização da obra.
Conclusão
Na lição de hoje, falamos sobre três batismos:
· O batismo de João
Batista, que é um batismo de arrependimento, perdão e purificação dos
pecados;
· O batismo de Jesus, que é um batismo de obediência a Deus e identificação com os pecadores;
O batismo com o Espírito Santo, que é um batismo de regeneração, santificação e capacitação.
IGREJA BATISTA DO CALVÁRIO – SÃO JOÃO DO PARAÍSO –
MG
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