Introdução
A
depressão tem sido considerada pelos especialistas como o mal do século.
Um grande número de pessoas tem sido fisgado por ela. Várias podem ser as causas para esse mal, dentre elas a falta de um propósito de vida. A ausência de respostas para perguntas como “por que eu estou aqui?”, “para que eu existo?”
mergulham o indivíduo no fundo poço da depressão. Ele se percebe sem um norte,
sem um rumo a tomar, e não tem motivação para continuar caminhando. Isso pode alcançar
qualquer tipo de pessoa, tanto
as que são consideradas bem-sucedidas quanto as que não o são. Os bem-sucedidos, ao conquistar o que tinham almejado, podem se sentir
frustrados e insatisfeitos, além de vazios de outros alvos. Os mal-sucedidos
têm que conviver com o desgosto da não realização de seus sonhos e com o
questionamento de se estão no caminho certo ou não, se são pessoas competentes
ou não.
As linhas acima, entretanto, deveriam descrever a situação de alguém que não tem a Deus como pai nem
a Bíblia como sua palavra. Primeiramente, o conceito de sucesso
que a Escritura oferece não é o mesmo da sociedade. Basicamente, ela considera
bem-sucedido (ou bem-aventurado) aquele que vive de acordo com a vontade de Deus. O Salmo 128.1, por exemplo, diz: “Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos!”. Em
segundo lugar, e ainda dentro da
perspectiva anterior, a Bíblia apresenta
propósitos de vida estabelecidos por Deus para o homem, os quais, se
vivenciados, trazem realização e alegria. Ele é o nosso criador e nos trouxe à
existência com “por quês” e “para quês” bem definidos.
São vários os textos
que falam dos propósitos de Deus para nós. Um dos principais é Mateus 22.34-40, que é o texto-base desta lição.
Desenvolvimento do ensino
Texto=
base: Mateus 22.34-40
Os fariseus eram um grupo de
religiosos judeus que estudavam
e ensinavam a lei de Moisés
e procuravam cumpri-la
minuciosamente. Certo dia, ao ficarem sabendo que Jesus havia ganhado um debate
contra os saduceus, seus principais rivais, eles se reuniram em conselho e
decidiram coloca-lo à prova com sua questão favorita. Eles haviam encontrado 613 mandamentos no Antigo Testamento e buscavam uma ordem
prioritária para eles. Um deles, então, perguntou a Jesus: “Mestre,
qual é o grande mandamento na Lei?” (v.36).
De fato, essa pergunta levou o Senhor a expor quais são os mais importantes
mandamentos de Deus para o homem, que, se observados, resultam no cumprimento de todos os demais. Eles expressam
a vontade maior do Criador para a humanidade (ou do Pai para seus filhos),
sendo um de seus principais propósitos para ela. São eles:
existência com “por quês” e “para quês” bem definidos.
1.Ame o Senhor, o seu Deus
Amar o Senhor é o primeiro e maior mandamento. Jesus explica como deve ser esse amor, dizendo
que temos que amá-lo de todo o coração, de toda a alma e de todo o
entendimento (Mt 22.37). Nesse imperativo, a ênfase está na palavra “todo” (e
sua variável “toda”), que aparece três vezes. Por ser Ele o único Senhor (Dt
6.4), é necessário que o amor a Ele
envolva o todo do ser humano. Ele não admite, então, dividir a devoção do homem
com outros deuses (Dt 5.7; Ex 20.3), os quais são falsos. Sendo assim, imagens
de escultura não devem ser feitas e adoradas (cf. Dt 5.8-10; Ex 20.4,5).
Jesus, na
verdade, faz uma citação de Deuteronômio 6.5 ao responder à pergunta do
fariseu. Naquele contexto, Moisés estava
discursando ao povo, relembrando-os das ordenanças que haviam recebido
do Senhor, principalmente os Dez Mandamentos. Pode-se afirmar que, de alguma maneira, o “amarás, pois,
o Senhor, teu Deus, de todo o teu
coração, de toda a tua alma e de toda a tua força” (Dt 6.5) é um resumo dos Dez Mandamentos (diretamente dos três primeiros)
ou um resultado do cumprimento desses. Aquele que observa os Dez Mandamentos demonstra, assim, o seu amor a Deus e, em contrapartida, o que ama a
Deus o faz, também, obedecendo aos Dez Mandamentos.
1. Você tem amado a Deus com o todo do seu ser ou tem havido uma concorrência quanto a isso?
Quais são os “outros deuses”
existentes na sua vida?
2. Como está a sua observância dos Dez
Mandamentos, principalmente dos três primeiros?
2.Ame o
seu próximo
Amar o próximo é o segundo
mandamento. Aqui, Jesus também faz uma citação
do Antigo Testamento
(Lv 19.18). Quanto a esse imperativo, há um interessante detalhe. Jesus diz que
ele é semelhante ao primeiro. Isso significa
que “amar a Deus” não é mais importante do que “amar ao próximo”.
Ambos têm o mesmo
peso e valor. João confirma e amplia esse ensino em sua primeira
epístola. Ele adverte:
“Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.
Ora, temos, da parte dele, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão” (1Jo 4.20,21). Sendo assim, é impossível cumprir
o primeiro mandamento descumprindo o segundo.
Neste caso, Jesus também explica
como deve ser esse amor, dizendo que
se deve amar ao próximo como se ama a si mesmo. O amor próprio passa,
basicamente, pelo desejo de bem-estar e sucesso, promovidos tanto por
si mesmo quanto
por relacionamentos. Da mesma maneira, deve-se amar o outro. Jesus
desenvolve esse ensino no Sermão do Monte, quando
diz: “Tudo quanto, pois, quereis
que os homens vos façam, assim
fazei-o vós também a eles;
porque esta é a Lei e os Profetas”
(Mt 7.12). Essa é a chamada
regra de ouro, bem
conhecida da sociedade em geral. Devemos
amar o próximo como gostaríamos de ser amados
e como nos amamos. Como,
entretanto fazer isso na prática? Aqui
também os Dez Mandamentos estão presentes. Os seis últimos mandamentos falam de
como amar ao próximo. São eles: “Honra a
teu pai e a tua mãe, como o Senhor,
teu Deus, te ordenou, para que se prolonguem os teus dias e para que te vá bem
na terra que o Senhor, teu Deus, te dá. Não matarás. Não
adulterarás. Não furtarás. Não dirás falso testemunho contra o teu próximo. Não
cobiçarás a mulher do teu próximo. Não desejarás a casa do teu próximo, nem o
seu campo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento,
nem coisa alguma do teu próximo” (Dt 5.16-21).
Todos esses imperativos legislam sobre o relacionamento de alguém com o seu próximo (seja ele o pai, a mãe ou qualquer outra pessoa) e, quando observados, resultam em demonstração de amor daquele os pratica
para com o outro.
1. Você tem dito que ama a Deus e também tem odiado a seu irmão?
2. Pense: o que você gostaria que os
outros fizessem a você? Está disposto a fazer isso a eles?
3. Como está a sua
observância dos Dez Mandamentos, principalmente dos seis últimos?
Conclusão
Jesus encerra a sua resposta dizendo:
“Destes dois mandamentos dependem
toda a Lei e os Profetas”. Lei é o nome que os judeus dão aos
cinco primeiros livros da Bíblia (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e
Deuteronômio), os quais também podem ser chamados de Pentateuco.
Profetas é uma denominação que faz menção
a grande parte
dos livros do Antigo Testamento (Josué,
Juízes, Samuel, Reis,
Isaías, Jeremias, Ezequiel, Oséias, Joel,
Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias). Os demais
livros são chamados de
Escritos. É assim que os judeus classificavam (e até hoje classificam) os livros do Antigo Testamento. A Lei e os Profetas
revelam o caráter
e a vontade de Deus para o ser humano. Sendo assim, o que
Jesus disse é que quando alguém ama a Deus e ao próximo ele está
automaticamente observando a
totalidade dos mandamentos de Deus manifestos na Escritura. Em contrapartida, quando uma pessoa
não age assim,
ela está transgredindo também todas essas
ordenanças. Amar a Deus e amar ao próximo
resume toda a vontade de Deus para o homem. Esses imperativos falam de relacionamentos. O anseio do Criador é que as pessoas se relacionem bem com Ele e umas com as outras,
como foi no princípio (Gn 1,2). Assim
agindo, estaremos cumprindo os propósitos divinos para nós.
Desafios
1. Elimine de sua vida toda concorrência que o seu amor a Deus tem encontrado (trabalho, escola, família,
amigos, etc). Ame-o de todo o
coração, de toda a alma e de todo entendimento;
2. Comece
a praticar o fazer aos outros o que você gostaria que fizessem com você. Se você gostaria que as pessoas te ligassem no dia do seu aniversário, faça isso com elas. Se você gostaria de ser chamado para sair, faça isso com alguém.
Não fique parado
esperando as pessoas
fazerem algo por você. Faça você algo por elas.
IGREJA BATISTA DO
CALVÁRIO – SÃO JOÃO DO PARAÍSO – MG
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