Introdução
A morte por crucificação era uma das formas de punição
da lei romana contra os criminosos. Era reservada para escravos e para crimes
considerados graves, tais como insurreições contra o domínio romano. A maior
crucificação de que se tem notícia ocorreu em 71 a.C., após o controle de uma
revolta de 200.000 escravos. Em um só dia, foram crucificados cerca de 6.000
dos revoltosos vencidos.
Por que Jesus foi condenado à
morte por crucificação? Os líderes religiosos dos judeus se reuniram e,
apresentando diversas falsas testemunhas, tentaram condenar Jesus à morte. Como
os testemunhos eram incoerentes e Jesus a nada respondia, permanecendo em silêncio,
eles decidiram pressioná-lo, perguntando-lhe, explicitamente, se ele era o
Cristo, o Filho de Deus bendito. Mediante a reposta positiva de Jesus, eles o
acusaram de blasfêmia e o julgaram digno de morte (Marcos 14.55-65).
Entretanto, como não podiam executar esse tipo de pena, tiveram que levar Jesus
a Pilatos, governador romano na época, fazendo contra ele falsas acusações
(subversão da ordem da nação, proibição de pagamento de impostos a César e
declaração de ser o rei dos judeus, Lucas 23.2). Pilatos, contudo, após avaliar
o caso, disse aos líderes religiosos dos judeus: “Vocês me trouxeram este homem
como alguém que estava incitando o povo à rebelião. Eu o examinei na presença
de vocês e não achei nenhuma base para as acusações que fazem contra ele. Nem
Herodes, pois ele o mandou de volta para nós. Como podem ver, ele nada fez que
mereça a morte. Portanto, eu o castigarei e depois o
soltarei” (Lucas 23.14-16).
Após isso, sabemos que, mediante
pressão popular e fraqueza de caráter da parte de Pilatos, Jesus foi entregue à
morte por crucificação. Entretanto, a pergunta ainda permanece: Por que Jesus
foi condenado à morte? Ele disse, em João 10.17-18: “Eu dou a minha vida para
retomá-la. Ninguém a tira de mim, mas eu a dou por minha espontânea vontade. Tenho
autoridade para dá-la e para retomá-la”. O
apóstolo Paulo escreveu, em 1Coríntios 15.3: “Cristo morreu pelos nossos
pecados”. João 3.16 diz: “Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho
Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”.
Deus, por causa de seu amor pelo mundo e dos pecados da humanidade, entregou
Jesus para ser morto na cruz, de modo que a pena devida aos pecados fosse paga
e aqueles que
crerem em Cristo e se entregarem a Ele sejam livres da condenação
e voltem a se relacionar com Deus.
Na lição de hoje, vamos estudar
com um pouco mais de profundidade os benefícios da morte de Jesus na cruz. Que
o Espírito Santo nos revele as riquezas da obra da cruz!
Desenvolvimento do ensino
Como já foi citado, 1Coríntios
15.3 diz: “Cristo morreu pelos nossos pecados”. Quais são os benefícios que
essa morte pode nos dar? Para entendermos melhor isso, é necessário, antes,
entendermos quais são os malefícios provocados aos seres humanos pelo pecado.
São eles:
- Morte: Merecemos a morte como castigo pelos nossos
pecados. Romanos 3.23 diz: “Pois o salário do pecado é a morte”. Efésios
2.1 diz: “Vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados”;
- Ira de Deus: Merecemos receber a ira de Deus por causa dos
nossos pecados. Romanos 1.18 diz: “A ira de Deus é revelada dos céus
contra toda a impiedade e injustiça dos homens que suprimem a verdade pela
injustiça”;
- Separação de
Deus: Estamos separados de Deus
por causa dos nossos pecados. Isaías 59.2 diz: “As suas maldades separaram
vocês do seu Deus; os seus pecados esconderam de vocês o rosto dele, e por
isso ele não os ouvirá”;
- Escravidão: Estamos escravizados ao pecado e ao reino de
Satanás. João 8.34 diz: “Todo aquele que vive pecando é escravo do
pecado”. Romanos 7.14 diz: “Sabemos que a Lei é espiritual; eu, contudo,
não o sou, pois fui vendido como escravo ao pecado”.
Para
cada um desses malefícios, a morte de Jesus na cruz tem uma contrapartida de
benefícios. Nisso consiste a salvação providenciada pela cruz à humanidade.
Esses benefícios são:
1. Expiação
“Expiação”
é uma palavra presente apenas no Antigo Testamento, principalmente nos livros
de Levítico, Números e Êxodo, apesar de o seu conceito também estar presente no
Novo Testamento. Ela estava associada aos sacrifícios de animais que eram
feitos por causa dos pecados humanos. Um animal, ao ser sacrificado por causa
de um pecado, estava substituindo um ser humano no recebimento do castigo
devido. Desse fato é que origina a atual expressão “bode expiatório”, usada
quando uma pessoa recebe a culpa e o castigo no lugar de outra. Após o
sacrifício, simbolicamente, a pessoa estava livre da condenação merecida.
Jesus morreu na cruz
recebendo o castigo que nós merecíamos receber por causa dos nossos pecados.
Segundo Hebreus 10.4, era impossível que o sangue de touros e bodes tirasse
pecados. Esses sacrifícios eram apenas símbolos do sacrifício perfeito de
Cristo, o qual expiaria por completo os pecados da humanidade (Hebreus 9.26).
2. Propiciação
“Propiciação” é uma
palavra presente nos dois testamentos bíblicos. Ela está relacionada à ira
manifestada por Deus por causa dos pecados da humanidade. Propiciar significa
desviar a ira mediante uma oferenda. Para nos livrar da ira de Deus, Jesus
morreu como propiciação pelos nossos pecados. Uma das reações de Deus ao pecado
foi a ira, porque o pecado lhe foi uma ofensa. Mediante a oferta sacrificial de
Jesus, a ira de Deus foi acalmada e satisfeita.
Moisés
disse, em Êxodo 32.30: “Vocês cometeram um grande pecado. Mas agora subirei ao
Senhor, e talvez possa oferecer propiciação pelo pecado de vocês”. Paulo
escreveu, em Romanos 3.25: “Deus o ofereceu como sacrifício para propiciação
mediante a fé, pelo seu sangue, demonstrando a sua justiça. Em sua tolerância,
havia deixado impunes os pecados anteriormente cometidos”. 1João 2.2 diz: “Ele
é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também
pelos pecados de todo o mundo”.
3. Reconciliação
A
humanidade está separada de Deus por causa de seus pecados, sem relacionamento
com Ele. Através da morte de Jesus, por causa da expiação dos pecados humanos e
da propiciação da ira
divina, o ser humano
pode se aproximar de Deus para ter comunhão com Ele. Paulo escreveu, em Romanos
5.11: “Nos gloriamos em Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo, mediante
quem recebemos agora a reconciliação”. Em 2Coríntios 5.18-19, está escrito:
“Tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo
e nos deu o ministério da reconciliação, ou seja, que Deus em Cristo estava
reconciliando consigo o mundo, não levando em conta os pecados dos homens, e
nos confiou a mensagem da reconciliação”.
O conceito de reconciliação está presente nas três
parábolas de Lucas 15: a ovelha perdida, a moeda perdida e o filho perdido.
Todas essas histórias têm a idéia de algo que estava perdido (ou seja,
distante) e foi encontrado (ou seja, reaproximado). Esse conceito está bem
claro na história do filho perdido, o qual estava distante do pai e decidiu
voltar para casa, reaproximando-se, assim, do pai e voltando a ter comunhão com
ele.
4. Redenção
Quando uma pessoa é seqüestrada,
é exigido um resgate em troca dela. Igualmente, no mundo antigo, um escravo
poderia ser resgatado, ou redimido, quando alguém pagasse por ele o devido
preço.
Estando a humanidade escravizada
a Satanás e ao pecado, para ser livre, um preço de resgate deveria ser pago.
Isso foi feito através da morte de Jesus na cruz. O sangue de Jesus foi o preço
pago por Deus a Satanás pela liberdade dos seres humanos cativos. Em Efésios
1.7, está escrito: “Nele temos a redenção por meio de seu sangue”. Colossenses
1.13-14 diz: “Ele nos resgatou do domínio das trevas e nos transportou para o
Reino do seu Filho amado, em quem temos a redenção”. Jesus disse: “Nem mesmo o
Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em
resgate por muitos” (Marcos 10.45). 1Timóteo 2.5-6 diz: “Há um só Deus e um só
mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus, o qual se entregou a si
mesmo como resgate por todos”.
Conclusão
A morte de Jesus na
cruz proporcionou os seguintes benefícios aos seres humanos.
•
Expiação do castigo devido aos pecados;
•
Propiciação da ira
de Deus devida aos pecados;
•
Reconciliação com Deus;
•
Redenção da escravidão ao pecado e a Satanás.
Entretanto, só recebe esses benefícios aquele que,
pela fé, aceita e recebe o sacrifício de Jesus pelos pecados. João 3.16 diz:
”Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que
nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”. Romanos 5.1-2 diz: “Tendo sido,
pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo,
por meio de quem obtivemos acesso pela fé a esta graça na qual agora estamos
firmes”.
Reflexões e Desafios
- Você aceita ou rejeita a morte de Jesus em seu
favor?
- Você, verdadeiramente, crê em Jesus e já recebeu
os benefícios de sua morte?
IGREJA BATISTA DO CALVÁRIO – SÃO JOÃO DO
PARAÍSO – MG
www.ibatistacalvario.com.br - www.marcelooquadros.blogspot.com
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