domingo, 10 de abril de 2011

Há muitos apredejadores da denominação e da igreja local

Em andanças pelo Brasil vejo muitas coisas. Algumas terríveis. Tenho a impressão que a maior parte dos problemas que surgem nas igrejas tem sido causada pelos pastores. Há pastores sem liderança e pastores de liderança doentia. Creio que os seminários não investem bastante em liderança, personalidade, trato pessoal e gerenciamento humano. Preparam pessoas para lidar com gente, mas não as ensinam a trabalhar com gente. Parece que a preocupação maior é com a cognição nos cursos teológicos.


Seminários devem preparar liderança para as igrejas, mas muitas vezes apresentam líderes problemáticos. Falham em não formar pastores nem líderes, e muitas vezes prejudicam a vida cristã. Não é segredo que um curso teológico é um dos lugares em que o ceticismo é mais trabalhado.


Cansei-me da conversa de que seminário não forma pastor. Forma o quê, exatamente? Críticos? Não precisamos de seminários para isto. Precisamos de seminários que formem líderes cristãos comprometidos com Cristo e com a sua igreja. Há muitos apedrejadores da denominação e da igreja local. Gente que não tem coragem para sair e tentar algo na vida secular continua dentro do sistema, como gostam de dizer, torpedeando o sistema, mas sendo sustentada por ele.


Arrisco-me a tomar bordoadas, mas digo sem reserva alguma: há uma crise ministerial hoje em dia. Começo com aparente dureza, mas nada que digo é falso. Há pastores que não sabem dirigir um culto. Outros abdicaram disto. Entregam a direção do culto a jovens e “grupos de louvor”. Levantam-se só para pregar. E o que dizem não faz diferença. Lembram-me Kierkegaard: “Felizmente a existência não é como o sermão do pastor, porque a existência, apesar de tudo, possui algum senso, ao passo que o sermão não possui nenhum” 1. Pareço arrogante? Não, é que ficamos cheios de “dedos” para tratar deste assunto. Mas é verdade. Todos conhecemos situações que não mencionaremos, mas confirmam o que está sendo dito. Falta preparo dos líderes. Um pastor não saber dirigir um culto é o fim da picada! Mas há!


Presença pastoral opaca é sinal de liderança opaca. Liderança pastoral opaca mergulhará a igreja no marasmo ou em crise se não houver uma forte liderança leiga. Que logo descartará o pastor fraco. Por isso os pastores precisam ser líderes. Sei que um artigo não forma líderes, mas pode despertar a atenção para a necessidade de líderes. Não resolverei o problema, mas tenho a coragem de tocar o sino. E pretendo fazê-lo neste artigo. Andemos, pois por esta trilha.


O que liderança não é


Comecemos desmistificando três conceitos equívocos mais comuns sobre liderança.


(1) Não é capacidade de mando. Liderar não é mandar ou simplesmente dar ordens. Há pessoas com patologias sérias atuando como líderes. Querem ser líderes porque têm deficiências emocionais e precisam que alguém as obedeça. Querem ter a sensação de mando. Gostam de mandar. Isto não é ser líder.


(2) Não é autoritarismo. Liderar não é gritar ou impor. Vi um livro para líderes, um dia desses, numa livraria: Como conseguir que os outros façam o que você quer. Liderar não é se impor nem impor sua vontade. Um guarda de trânsito não é um líder porque é obedecido. É apenas agente da lei.


(3) Não é manipulação. Não se valer das pessoas para consecução de projetos pessoais ou para colocar-se sob holofotes, em evidência. Líder de verdade não usa pessoas. Respeita-as.


O que liderança é


Basicamente, é capacidade de aglutinar pessoas ao redor de um fim comum. Esta definição nos abre muitos horizontes.


(1) É aglutinar pessoas e não coagir pessoas ou obrigar pessoas. É ser um agregador de pessoas. Um líder ajunta pessoas e não as dispersa. O maior exemplo é Neemias. Sacerdotes, militares, sitiantes e perfumistas trabalharam como construtores dos muros de Jerusalém.


(2) É ao redor de um fim comum. Um projeto comum. O manipulador usa as pessoas para projetos pessoais. O líder cultiva um projeto comum com a equipe. Não necessariamente ao redor de si. Ele é secundário. O projeto é de todos e continua sem ele. O maior exemplo é Jesus. Seu projeto continua sem ele. E, contraditoriamente, o projeto é ele.


(3) Se é comum, os demais participam de sua confecção. No caso de uma igreja, o pastor que é líder sabe que não é o dono, mas coordenador. E se souber ser líder, será um coadjuvante, deixando que os outros emirjam e opinem. Os outros podem direcionar e ele se sente seguro. Como dizia meu amigo Dewey Mulholland: “As grandes cabeças correm na mesma direção”. Um grupo bem liderado ganha uma identidade.


Dois tipos de liderança


Há, entre muitos tipos de liderança, dois tipos que se relacionam com autoridade do líder. Autoridade, aqui, não significa mando, mas reconhecimento e aceitação.


(1) Liderança extrínseca. É a que nos vem pela força do cargo. A pessoa é elevada a uma função, e hierarquicamente, as demais a acatam. É obedecida, mas não necessariamente acatada ou reconhecida. Há gerentes que são gerentes por tempo de serviço ou relacionamento com alguém da cúpula, mas não são líderes. O trabalho é, via de regra, uma bagunça. Mantém-se por uso de disciplina, risco de demissão, etc.


(2) Liderança intrínseca. É aquela que a pessoa tem, independente do cargo. Tem por personalidade, por caráter, tempo na instituição. Não vem por nomeação ou indicação. Brota da pessoa. É aquele crente que está na igreja há anos e se firmou como líder. Chega o pastor inseguro e acha que tem que calar o líder intrínseco. Não entende que sua liderança ainda é extrínseca, do cargo. Deverá firmá-la com o tempo e com atitudes.


Inevitavelmente, o pastor tem a liderança extrínseca, da função. Com o tempo assumirá a liderança intrínseca. Não são idênticas e não vêm juntas. A primeira é outorgada. A segunda é conquistada. O pastor a conquistará quando os liderados virem seu equilíbrio, sua visão, seu empenho, sua seriedade. O bom senso manda que o pastor trabalhe para tê-la. E que, ao tê-la, saiba usá-la. Porque ela se perde e recuperá-la é impossível.


Liderança extrínseca o pastor tem. Liderança intrínseca, o homem de valor tem. Toma tempo. Muito obreiro não entende isto, e acha que por ter um curso e um título pode tudo, quer arrastar o povo atrás de si. Frustra-se. Há excelentes pastores do ponto de vista espiritual, pessoas piedosas, mas que quase sempre se saem mal. Não aprenderam a esperar, a repartir liderança, a ouvir, a mudar. Como diz meu amigo Dr. Vanias Mendonça, de Manaus, “quando o mingau está muito quente a gente come pelas beiradas”. Muita gente queima a língua e o palato...

Por: Isaltino Gomes Filho


http://vigiai.net/news.php?readmore=8315

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