Introdução
Olhando
para a sociedade atual, podemos perceber que há algo de errado com os
relacionamentos entre as pessoas. As relações humanas têm sido muito superficiais
e, também, efêmeras (de curta duração). À semelhança de um produto descartável,
os relacionamentos têm tido uma vida útil curta. As pessoas têm sido cada vez
mais rapidamente descartadas. O compromisso foi substituído pelo momento, o
namoro pelo “ficar”, a aliança do
casamento por um contrato que pode ser facilmente revogado.
No geral,
não tem havido tempo suficiente para uma pessoa conhecer a intimidade da alma
da outra, seja por uma agenda cheia de
compromissos, ou por uma prática de relacionamento em que apenas a
superficialidade do corpo é provada. Há casamentos de longa data em que marido
e mulher são como dois desconhecidos que apenas usufruem de ambientes e objetos comuns.
A relação limita-se
ao dormir junto e,
em alguns casos, nem a isso. Por outro lado,
há pessoas que trocam de marido ou de esposa
com a mesma facilidade com que adquirem um novo aparelho de celular.
A igreja,
muitas vezes, tem refletido essa realidade, através de uma comunhão superficial
entre os seus membros e, também, de relacionamentos (namoros e casamentos)
comparáveis aos da sociedade ímpia. Por se tratar também de um relacionamento,
a relação com Deus também é afetada por essa tendência à superficialidade. Há muitos cristãos
que, apesar de alguns anos de igreja, conhecem a Deus apenas de
ouvir falar (cf. Jó 42.2). A prova
disso é que mantêm os mesmos pensamentos e comportamentos que tinham quando estavam no mundo. Os jovens e adolescentes “ficam”,
os casais se divorciam, os divorciados
buscam novos relacionamentos, os adultérios são constantes.
Assim
como a relação entre duas pessoas é prejudicada quando há superficialidade, o
mesmo se dá no relacionamento
entre uma pessoa e Deus. Se não tomarmos cuidado, podemos refletir em nossa
espiritualidade o mesmo estilo de relacionamento que se encontra no mundo.
Corremos o risco de apenas vivenciar alguns momentos
com Deus, “ficando” com ele, e rompendo o contrato quando
formos contrariados.
Desenvolvimento do ensino
O
contraponto da superficialidade em um relacionamento é a intimidade. Tanto nas
relações humanas quanto no relacionamento de uma pessoa com Deus, a intimidade
é estabelecida a partir da prática de alguns importantes princípios. Na lição
de hoje, nossa ênfase está na relação com Deus.
1.
Intimidade
demanda tempo de convivência
Não tem
como haver intimidade entre duas pessoas se elas não tiverem a oportunidade de
passar tempo juntas. A intimidade é construída a partir de um tempo de
convivência. Certamente, pessoas que se encontram todos os dias têm um nível de
intimidade maior do que outras que se encontram apenas uma vez por semana. No relacionamento com Deus o mesmo acontece.
Em Marcos 3.14, está escrito
que Jesus escolheu doze dentre
os seus muitos discípulos para estarem constantemente com Ele. O Senhor entendia a importância do tempo de
convivência para o estabelecimento da intimidade.
No que se
refere a isso, a maneira prática que temos de nos tornar íntimos de Deus é
separando em nossa agenda um tempo para estar com Ele. A isso chamamos de
“momento a sós com Deus” ou “tempo devocional”. Sem isso, o crente não avança
em seu relacionamento com Deus, ficando muito dependente das reuniões da igreja
para crescer. Deus anseia ter esse tempo com cada um de nós para se revelar e
se tornar conhecido. Não tem como:
se não houver investimento de tempo, nossa
intimidade com Deus não se desenvolverá. É necessário, então,
separarmos um momento diário para estar com o
Senhor.
Uma
grande reclamação dos nossos dias é quanto à falta de tempo. Entretanto, não
nos enganemos. O uso do tempo se dá a partir do que é prioritário para nós. Em
outras palavras, sempre temos tempo para o
que consideramos importante. Se você, então,
considera importante estar com Deus e investir
tempo nEle, isso precisa se
tornar uma prática em sua vida. Senão, não passará de um discurso vazio.
Aqueles que dizem que Deus ocupa o primeiro lugar de suas vidas, mas não têm
tempo para estar com Ele, estão se enganando.
2.
Intimidade
demanda diálogo
Além do
tempo de convivência, a intimidade também requer diálogo. Não adianta duas
pessoas passarem muito tempo juntas
se não houver interação entre elas. A palavra diálogo fala de uma troca entre
duas pessoas. É o que na gíria se chama de “trocar idéia”. Nesse ínterim, a intimidade
de cada um (sonhos, opiniões, experiências, etc) é transmitida para o outro.
No que se refere
a Deus, esse diálogo é chamado de oração. Orar é conversar com Deus, algo semelhante
ao bate-papo entre um pai e seu filho. Nesse contexto, nós podemos nos abrir para Deus, falando
com Ele tudo o que está em
nosso coração, e, também, ouvir o que Ele tem para nos dizer. A oração é uma via de mão dupla. Não apenas nós falamos.
Deus também tem o que falar. Por
isso, é muito importante que o crente desenvolva a habilidade de ouvir a voz de Deus.
Muitos de
nós, no dia-a-dia, nos sentimos perdidos e desorientados diante de tantas
decisões a tomar e problemas para resolver. Pode estar certo
de que uma grande causa
para esse sufoco
é a falta de oração. Quando conhecemos a vontade de
Deus, fica muito mais clara para nós a direção a seguir.
3.
Intimidade
demanda santidade
Quando se trata de intimidade com Deus, há um último
item a ser abordado nesta lição que é de fundamental
importância. Para que o nosso tempo de convivência e diálogo com o Senhor
“funcione” bem é necessário
santidade. A Bíblia diz, em Isaías 59.1,2: “Eis
que a mão do SENHOR não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o
seu ouvido, para não poder ouvir. Mas as vossas iniqüidades fazem separação
entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para
que vos não ouça”. O pecado é uma barreira em nosso processo de construção
de um relacionamento íntimo com Deus. Seus ouvidos ficam tampados. Seu rosto fica encoberto. Deus é santo. Portanto, não tem como Ele interagir
com o pecado.
Há alguns outros versículos na Bíblia que falam sobre
isso:
·
Salmo 25.14:
“A intimidade do SENHOR é para os que o
temem, aos quais ele dará a conhecer a sua aliança”. Aquele que teme ao
Senhor (o que é igual a viver uma vida conforme a sua vontade) desfrutará da
sua intimidade;
·
Provérbios
3.32: “porque o SENHOR abomina o
perverso, mas aos retos trata com intimidade”. Aquele que é santo em sua
vida é tratado por Deus como um amigo íntimo;
·
1João 1.6: “Se dissermos que mantemos comunhão com ele e
andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade”. A comunhão com Deus não pode estar
(e, de fato, não está)
associada a uma vida de pecado.
Conclusão e Desafio
A intimidade com Deus, assim como em qualquer outro relacionamento, é estabelecida a partir da prática de alguns princípios. Na lição de hoje,
vimos como é fundamental tempo de convivência, diálogo e santidade para
crescermos em nossa relação com o Senhor.
Desafios:
Para te ajudar a praticar esses princípios, sugerimos:
1.
Separe em sua agenda pelo menos 30 minutos diários
para estar com Deus. Se essa é
uma prática que você nunca
vivenciou, comece com uma quantidade menor de tempo e vá aumentando-a
gradativamente. Se sua agenda diária é muito
apertada, como a da maioria
das pessoas, tenha esse
tempo no início do seu dia, logo após acordar. Acorde mais cedo e coloque-se diante
do Senhor. O final do dia não é um bom momento para isso porque geralmente
estamos cansados após muitas atividades;
2.
Desenvolva as habilidades de falar com Deus e ouvir
sua voz. Isso acontece mediante a
prática. Quanto mais você orar e buscar ouvir a voz de Deus, seja no momento de
oração ou através da leitura da Bíblia, melhor você ficará nisso;
Trate o
pecado com seriedade! Não brinque com o pecado e não dê oportunidade a ele.
Fuja das tentações! Resista ao diabo! Submeta-se a Deus! E se, por acaso, você cair, não fique no chão se lamentando. Corra para o Senhor, confesse
o seu pecado, receba o perdão e a purificação, e busque o
arrependimento. Pior do que cair é permanecer
caído.
IGREJA BATISTA DO CALVÁRIO – SÃO JOÃO DO PARAÍSO – MG
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