Um dia desses, eu e minha esposa estávamos com nosso neto Theo, de cinco anos. Era um sábado à tarde e tínhamos levado-o para passear em um shopping. Seus pais tinham um compromisso à noite em uma determinada Igreja.
Na volta para casa, perguntamos a ele se desejava ou não ir à Igreja com os pais. Chegando em casa, já havia uma decisão de que os pais iriam levá-lo. Daí surgiu uma conversa interessante com minha filha sobre o erro que, como famílias, podemos cometer na educação religiosa dos filhos e netos.
Hoje em dia, os pais consultam os filhos acerca de muitas decisões, como esta, por exemplo, de perguntar se deseja ou não ir à Igreja. Lembrei-me então da minha infância, morando na pequena cidade de Pirapetinga - MG.
A Igreja Batista mais próxima distava 23 Km, situada na cidade de Santo Antônio de Pádua, já no território do estado do Rio de Janeiro. Todos os domingos minha mãe obrigava-nos a usar a melhor roupa, pegar um ônibus empoeirado e viajar, parando a cada cinco minutos, por mais de uma hora para chegar à Escola Bíblia Dominical (EBD).
Em nenhum momento, nenhum domingo sequer, ela nos perguntou se desejávamos ir ou não à Primeira Igreja Batista de Pádua para aprender um pouco da Bíblia.
Domingo, no interior, para quem conhece a cultura brasileira, é um dia diferente. Parece que um novo ar sopra sobre a praça da cidade. Na Pirapetinga, daqueles tempos, meus coleguinhas pediam um terreno emprestado e construíam campinhos de futebol e organizavam torneios que tinham a mesma importância para nós como a Champions League, nos dias de hoje para o futebol mundial.
Para piorar a situação, o ônibus que nos trazia de volta só saia de Pádua (quando não se atrasava) às 15 horas e chegava em Pirapetinga depois de uma hora. Neste horário, a partida de futebol do time principal da cidade já estava quase no final do primeiro tempo. Para mim e meus irmãos, isso era muito difícil. Então, se minha mãe me perguntasse se eu queria ou não ir para a Igreja, claro que minha resposta, todos os domingos, seria sempre não.
Mas quando olho para 47 anos atrás eu agradeço a Deus pela firmeza da minha mãe quando nos obrigava, todos os domingos, acordar, se arrumar, pegar o ônibus, participar da EBD e voltar, já quase no final da tarde.
No âmbito da educação religiosa não podemos abrir mão e deixar que nossos filhos escolham ou não ir à Igreja e receber as instruções bíblicas. É claro que podemos e devemos fazer das idas ao templo momentos felizes e alegres, mas vai ter aquele dia em que os filhos, especialmente quando forem pequenos, não desejarão ir. É para esses dias que devemos ser firmes.
Hoje, paira sobre as famílias cristãs um perigo tremendo, que é deixar de passar para as gerações futuras o valor dos trabalhos da Igreja e de participar da Escola Bíblica Dominical.
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Gilson Bifano é palestrante, escritor e Coach de casais e pais. É diretor do Ministério OIKOS.
oikos@ministeriooikos.org.br
Gilson Bifano é palestrante, escritor e Coach de casais e pais. É diretor do Ministério OIKOS.
oikos@ministeriooikos.org.br
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