Introdução
Tomar uma decisão é uma ação que está mais presentes
em nossas vidas do que imaginamos. De símplices a complexas, desde a hora em
que acordamos até a hora em que adormecemos, tomamos um incontável número de
decisões.
Na época de Jesus, Pilatos era o governador romano da
província da Judéia. Como governador, certamente, ele era um homem que tinha
que tomar muitas decisões diariamente, as quais traziam conseqüências para as
vidas de milhares de pessoas. Entretanto, diante da decisão mais importante de
sua vida e da história da humanidade, ele se mostrou fraco e pressionável. É
sobre isso que iremos estudar na lição de hoje. Que o Espírito Santo faça de
nós pessoas fortes e inabaláveis na fé!
Desenvolvimento
do Ensino
Texto-base: Mateus
27.11-26 e João 18.28-19.16*
Esses textos-base de Mateus e João são complementares.
Algumas coisas que são narradas em um não são narradas no outro e vice-versa.
Eles nos apresentam o encontro de Jesus com Pilatos e os diálogos ocorridos
entre Pilatos e a multidão de judeus comandada pelos líderes religiosos e entre
Pilatos e Jesus. Nesses diálogos, algumas perguntas cruciais são feitas por
Pilatos, as quais demonstram o estado agitado de sua alma. Vamos a elas:
1. Você é o rei dos judeus?
Ao se encontrar com Jesus, a primeira pergunta que
Pilatos lhe fez foi se ele era o rei dos judeus (Mateus 27.11; João 18.33). O
objetivo dessa pergunta era verificar se Jesus era de fato um criminoso
merecedor de pena de morte, ou seja, digno de ser acusado e condenado por
traição ao Império Romano, por se auto-proclamar rei dos judeus, ou não. Em
Mateus, Jesus simplesmente responde:
“Tu o dizes” (Mateus 27.11). Já em João, ele apresenta
uma resposta provocativa: “Essa pergunta é tua, ou outros te falaram a meu
respeito?” (João 18.34).
Jesus foi
acusado pelos judeus de se auto-proclamar o Messias, o Cristo, o que poderia
ser
erroneamente
interpretado como uma reivindicação ao trono político da Judéia. Entretanto, o
próprio Jesus disse a Pilatos: “O meu Reino não é deste mundo” (João 18.36).
Jesus viera para inaugurar o Reino de Deus na face da terra e não para libertar
os judeus do domínio político dos romanos. Ele era um Messias espiritual e não
um Messias político, como era esperado. Sendo assim, podemos interpretar a
primeira pergunta feita por Pilatos como uma dúvida a cerca da pessoa de
Jesus. Seria ele o Ungido? A isso, Pilatos parece
encontrar uma resposta: “‘Então, você é rei!’, disse Pilatos” (João 18.37).
2. O que é a verdade?
A essa afirmação, Jesus responde: “Tu dizes que sou
rei. De fato, por esta razão nasci e para isto vim ao mundo: para testemunhar
da verdade. Todos os que são da verdade me ouvem” (João 18.37). A isso, Pilatos
pergunta: “O que é a verdade?” (João 18.38).
No mundo atual, essa é uma pergunta muito perigosa. A
sociedade chamada pós-moderna não aceita a existência de verdades absolutas e
únicas, ou melhor, nega a existência da verdade. Para o homem contemporâneo, a
verdade é relativa e plural, ou seja, há diversos tipos de verdade e as pessoas
podem escolher as que melhor lhes convierem. Um ditado popular expressa muito
bem esse pensamento: “Religião, futebol e política não se
discute. Cada um tem
a sua opinião”.
Será, entretanto, que uma realidade construída a
partir de verdades relativas e plurais é possível? É possível a existência de
um mundo sem certos e errados, em que cada um escolhe a opção que melhor lhe
satisfizer? Será que esse tipo de realidade não faria com que as pessoas
perdidas e sem limites?
Uma pergunta pela verdade, como a feita por Pilatos,
está fazendo referência à busca pelo sentido da vida. Quando alguém pergunta “O
que é a verdade?”, essa pessoa, na realidade, está perguntando “Qual é o
sentido da minha vida?”, “Qual é a origem, razão e propósito da minha
existência?”. A pergunta de Pilatos, então, revelou uma crise existencial pela
qual ele estava passando, a perplexidade com que ele estava enxergando a vida.
Jesus afirmou, em resposta à pergunta de Pilatos e
apesar de todas as oposições da mente pós-moderna: “Eu sou o caminho, a verdade
e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim” (João 14.6). Ele não disse ser
um dos caminhos e uma das verdades. Ele afirmou ser o único caminho e a única
verdade. Para Jesus, a verdade não era uma idéia, mas, sim, uma pessoa; ele
mesmo. E apenas através dEle as pessoas poderiam ser salvas e encontrar a
origem, a razão e o propósito de suas vidas, ou seja, Deus Pai.
3. O que farei de Jesus?
“Jesus é o Messias? Jesus é a verdade? O que farei,
então, de Jesus?”. Essa foi a pergunta feita por Pilatos aos judeus que estavam
reunidos no pátio de sua residência (Mateus 27.22). Ao que eles responderam: “Crucifica-o!
Crucifica-o!”. A partir o dilema que existia em sua alma se intensifica ainda
mais. “O que farei de Jesus? O que farei de Jesus?”. Se o liberasse, os judeus
poderiam começar um grande tumulto, o que poderia gerar grandes problemas entre
ele e o César. Se o condenasse, poderia estar matando um inocente ou o Messias
ou a verdade, e os seus discípulos poderiam começar um grande tumulto.
Esse dilema e suas conseqüências psicológicas sobre
Pilatos é bem expresso quando ele fala a seguinte frase a Jesus: “De onde você
vem? (...) Você se nega a falar comigo? (...) Não sabe que eu tenho autoridade
para libertá-lo e para crucificá-lo?” (João 19.8-10). De diversas maneiras, Pilatos
tentou se esquivar da decisão que tinha que ser tomada. Tentou “passar a bola”
para Herodes, mas ele a enviou de volta (Lucas 23.6-11). Tentou fazer com que o
povo escolhesse entre Jesus e um prisioneiro político, Barrabás, mas o povo,
manipulado pelos líderes religiosos, escolheu Barrabás
(Mateus 27.15-21; João 18.39-40). Tentou satisfazer ao
desejo dos judeus apenas açoitando a Jesus, mas eles não aceitaram e pediram a
sua crucificação (João 19.1-6). Por fim, ele, tentando se desvencilhar do
dilema e criar uma terceira alternativa, “mandou trazer água, lavou suas mãos
diante da multidão e disse: ‘Estou inocente do sangue deste homem; a
responsabilidade é de vocês’” (Mateus 27.24).
Ao lavar
as mãos, Pilatos se deixa vencer pela pressão dos líderes e do povo judeu e
tenta renunciar
à sua responsabilidade quanto ao destino de Jesus. Mas
ele não poderia fazer isso! Ele era o governador romano! Ao se omitir da
decisão e entregar Jesus nas mãos dos judeus, ele estava tomando a decisão de
crucificá-lo, pois sabia que isso iria acontecer. Não havia terceira
alternativa! Era sim ou não! Liberá-lo ou crucificá-lo! Aceitá-lo ou
rejeitá-lo! O silêncio significou não!
Conclusão
Nessa história, Pilatos fez três perguntas cruciais,
que demonstraram a agitação em que se encontrava a sua alma:
•
Jesus é o Messias? Dúvida quanto à pessoa de Jesus;
•
Jesus é a verdade? Perplexidade quanto ao sentido da
vida;
•
O que farei de Jesus? Dilema quanto ao destino que
Jesus teria em suas mãos.
As
possibilidades de respostas a essas perguntas são limitadas:
•
Sim
ou não;
•
Sim
ou não;
•
Aceitá-lo ou rejeitá-lo.
Reflexão
e Desafios
- Quem é Jesus para você? Ele é o Messias, o
Salvador?
- O que é a verdade para você? Jesus é a
verdade?
- O que você fará de Jesus? Irá aceitá-lo ou
rejeitá-lo?
- Lembre-se de que, para cada uma dessas perguntas,
há apenas duas alternativas de respostas.
IGREJA BATISTA DO CALVÁRIO – SÃO JOÃO DO
PARAÍSO – MG
www.marcelooquadros.blogspot.com
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