Texto-base: Mateus 6.5-15
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje, apresentaremos
a oração como um importante valor a ser incorporado à vida de todo cristão
genuíno. Quanto a esse tema, existe uma interessante contradição. A Bíblia diz,
em Filipenses 4.6,7, que a oração é a linha de fronteira entre a ansiedade e a
paz. Está escrito: “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém,
sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela
súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento,
guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus”. Sendo assim, ao
enfrentarmos uma situação de conflito, a qual gera ansiedade, poderemos
recorrer à oração e colocar diante de Deus, em confiança, tudo o que nos
aflige. O resultado disso será um coração aliviado e tranqüilo. Entretanto, no
dia-a-dia de muitos cristãos, a própria oração tem sido um fardo a ser
carregado. Há grande preocupação com as palavras e formas corretas a serem
empregadas, com o tempo gasto, com a obrigatoriedade de se orar todos os dias,
etc. Tudo isso faz com que a oração seja vista como algo pesado e cansativo.
Assim como hoje, na época de Jesus, a religiosidade
tinha degenerado a oração em suas características originais, fazendo com que
ela perdesse sua autenticidade. Eis alguns aspectos referentes a isso:
•
A oração se tornara um discurso formal e
ritualístico, em vez de uma expressão livre e espontânea de um indivíduo.
Havia orações pré-estabelecidas para todas as ocasiões, além de momentos
determinados e lugares certos para se orar;
•
As orações eram longas e com um vocabulário
rebuscado. Acreditava-se firmemente que aquele que ficasse mais tempo em
oração era prontamente atendido por Deus. Tendo isso em vista, havia também a
prática da repetição de palavras e frases;
•
A oração se tornara um motivo de orgulho, em
vez de uma petição humilde da parte de uma pessoa necessitada. Orar era um símbolo de status
espiritual.
• 1. Avalie-se: sua prática de oração, hoje, pode
ser caracterizada pelos aspectos citados?
DESENVOLVIMENTO
DO ENSINO
Os aspectos citados fazem com que a oração se torne,
além de algo pesado e cansativo, também mecânico e vazio. Com certeza, isso
está na contramão daquilo que Deus pensa sobre oração. Em Mateus 6.1-18, Jesus
ensina seus discípulos a como exercitar a espiritualidade de maneira eficaz.
Ele fala sobre dar esmolas, orar e jejuar. Vamos estudar o que ele fala sobre a
oração.
Texto-base: Mateus 6.5-15
A partir desse texto, podemos destacar algumas
características da oração eficaz. São elas:
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A palavra
grega correspondente a hipócrita tem como sentido alguém que é
ator, artista de
teatro, ou dissimulador, impostor. Jesus, ao ensinar que não devemos ser
hipócritas enquanto oramos, quis dizer que não devemos representar ou usar de
dissimulação na prática da oração. Isso diz respeito às reais intenções daquele
que está orando: deseja ser percebido por Deus ou por aqueles que estão ao seu
redor? Aquele que almeja reconhecimento e status da parte dos homens enquanto
ora já alcançou o que realmente queria e, por isso, não receberá do Pai o que
pediu. Orar hipocritamente, então, faz com que a oração não seja eficaz, ou
seja, que ela não alcance os objetivos para os quais foi feita. Segundo Jesus,
a oração deve ser realizada no secreto, onde apenas o Pai ouça. Isso não quer
dizer que só devamos orar em lugares onde tenhamos privacidade total, mas, sim,
que devemos orar como se apenas o Pai estivesse ouvindo. Quando assim agimos, é
certa a eficácia da oração.
2. Você, quando
ora, preocupa-se com que as pessoas ao seu redor te ouçam e te admirem por
isso?
2. Não use de vãs
repetições
Na religiosidade brasileira, há a prática da reza, que
é a recitação de orações prontas e pré-estabelecidas. A idéia de se escrever
orações para serem recitadas surgiu com a intenção de se garantir que
determinada oração, realizada com determinado objetivo, fosse feita de uma
maneira adequada e bela. Nesse contexto, palavras e formas corretas são muito
importantes. Em muitas ocasiões, a recitação da oração se dá repetidas vezes,
com o fim de se ganhar a atenção e o favor da divindade a quem se ora. O
problema disso está no fato de que essas práticas podem anular a espontaneidade
e sinceridade que deve haver na oração. Orar é falar com Deus. A oração,
guardadas as devidas proporções, pode ser comparada a uma conversa entre dois
amigos. Recitar repetidas vezes algo que já está pronto faz da oração um ritual
mecânico e vazio.
Jesus, no
texto que estamos estudando, diz que não devemos usar de vãs repetições,
achando que, com isso, seremos ouvidos por Deus. Ele é o nosso Pai e conhece
todas as necessidades que temos. Sendo assim, quando orarmos, devemos, simples
e espontaneamente, abrir o coração para o Pai, contando-lhe, como filhos, tudo
o que nos aflige.
3. Você, enquanto ora, tem em mente que, na
verdade, está conversando com seu Pai celestial?
Obs.: Jesus,
após ensinar que não se deve usar de vãs repetições, apresenta um modelo de
oração a ser usado pelos discípulos, o Pai Nosso. Aparentemente, há uma
contradição nisso. Entretanto, a intenção de Jesus não foi apresentar um modelo
de oração que deveria ser recitado pelos cristãos ao longo dos séculos (o que,
infelizmente, acabou acontecendo), mas, sim, ensinar, a partir desse modelo,
quais são os elementos de uma oração, ou seja, o que uma oração deve conter. De maneira resumida,
podemos dizer que esses elementos são*:
•
Invocação (“Pai nosso, que estás nos céus”);
•
Adoração (“santificado seja o teu nome”);
•
Submissão ao senhorio e à vontade de Deus (“venha o teu
reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu”);
•
Pedidos por necessidades (“o pão nosso de
cada dia dá-nos hoje”);
•
Pedidos e liberação de perdão (“perdoa-nos
as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores”);
•
Pedidos por proteção (“e não nos deixes cair
em tentação; mas livra-nos do mal”);
•
Adoração final (“pois teu é o reino, o poder e a glória
para sempre. Amém!”).
3. Não guarde
nada contra ninguém
No final do texto que estamos estudando, há uma
interessante colocação:
“Porque, se perdoardes aos homens as suas
ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos
homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas”
(Mt 6.14,15). De acordo com esse texto, se não perdoarmos os erros das
pessoas contra nós, também não seremos perdoados por nossos erros
contra Deus. O não-perdão dos nossos pecados, certamente, provoca um ruído em
nossa comunicação com Ele. A Bíblia diz, em Isaías 59.1,2: Não perdoar alguém
(ou seja, a ausência de perdão) se constitui em uma grande barreira em nossa
comunicação com
Deus. Assim, é muito importante termos em mente que
não teremos uma prática de oração eficaz guardando rancor e mágoa contra
pessoas em nosso coração. Para termos uma comunicação fluente com Deus, é
necessário que estejamos livres em relação ao nosso próximo.
CONCLUSÃO
E DESAFIO
A oração, apesar de
ser uma prática normal ao Cristianismo, percebe-se, é pouco praticada pelos
discípulos de Jesus. Dentre as razões para isso pode estar a formalidade com a
qual, muitas vezes, ela é apresentada.
Esperamos que, a partir da lição de hoje, isso seja um
pouco diminuído. Como ação prática, gostaríamos de colocar o seguinte: desafie
o grupo, principalmente aqueles que não têm o hábito de orar, a iniciar a
construção dessa prática. Para tanto, a princípio, lance desafios simples e
fáceis (orar 5 minutos por dia, por exemplo) e proponha aumentos graduais desse
tempo ao longo das semanas. Lembre-se: orar é falar com Deus!
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