INTRODUÇÃO
Comece a lição perguntando:
1. Que sentimentos lhe vêm ao coração quando você
está dentro de um carro, parado em um semáforo, e uma criança ou um adulto
carente se aproxima pedindo dinheiro?
2. Que pessoas com grandes problemas e necessidades
você encontrou em seu caminho no dia de hoje?
São muitas as pessoas ao nosso redor que estão
perdidas e carentes. Duas jovens pedindo dinheiro em um semáforo e, para tanto,
fazendo malabarismos circenses. Um homem deitado sobre papelões e coberto por
uma fina manta embaixo da marquise de um luxuoso edifício comercial. Uma mulher
com síndrome do pânico que, por causa das limitações da doença, não pôde cursar
o último ano da faculdade, continuar a trabalhar e mal consegue sair de casa.
Um marido que não sabe mais o que fazer para ajudar a esposa que está
perturbada emocional e espiritualmente. Basta abrir bem os olhos para notar os
muitos problemas e necessitados que há nesta cidade.
O que sentimos quando vemos cenas como essas?
Repulsa e rejeição? Dó e pena? Desprezo e desdém? E o que Deus sente? Que
sentimentos passam pelo coração do Todo-Poderoso ao ver a humanidade perdida?
Ele é insensível e fica indiferente? Ou é sensível e se emociona?
DESENVOLVIMENTO
Se temos paixão por Deus ou queremos ser
apaixonados por ele, temos de ser tocados pelo que lhe toca o coração. O Pai
não é insensível e indiferente à humanidade perdida e seus problemas. Quando
ele a vê é tocado em suas emoções. João 11.33-35 declara que Jesus agitou-se no
espírito, ficou perturbado e finalmente chorou ao ver que o seu amigo Lázaro
estava morto.
Um grande clamor de Deus foi registrado pelo profeta
Isaías, ao compadecer-se pelo perdido povo de Israel: Então ouvi a voz do
Senhor conclamando: Quem enviarei? Quem
irá por nós? Isaías 6.8.
1. Paixão pelos perdidos está no coração de Deus
A história da ressurreição de Lázaro e o clamor
divino ouvido pelo profeta Isaías nos mostram que o
coração de Deus está cheio
de amor e paixão pelos perdidos. Jesus, ao
ver as multidões, teve compaixão delas, porque estavam aflitas e desamparadas,
como ovelhas sem pastor, Mateus 9.36.
Ele também disse aos seus discípulos: A colheita é grande, mas os trabalhadores
são poucos. Peçam, pois, ao Senhor da
colheita que envie trabalhadores para a sua colheita, Mateus 9.37-38. Jesus
compara as multidões de perdidos a um grande campo pronto para a colheita.
Entretanto, são poucos os trabalhadores. São poucos os que se dispõem a ir às
grandes multidões de perdidos para lhes oferecer a paz e a segurança do
evangelho. O número de trabalhadores é insuficiente para tanta demanda. Em
Romanos 10.14-15 o apóstolo Paulo faz uma série de questionamentos ao tratar
desse mesmo tema: Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram
falar? E como ouvirão, se não houver
quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? O que responder a tão
inquietantes perguntas?
2. Paixão pelos perdidos pede prontidão para ir
Quando o Senhor perguntou, Quem enviarei? Quem irá por nós? Isaías respondeu, Eis-me aqui.
Envia-me, Isaías 6.8. Isaías, homem de Deus, tinha paixão pelo Senhor e por
isso, paixão pelos perdidos. Ele se apresentou prontamente como resposta ao
chamado do Senhor. Se estivesse com Paulo quando ele fez aquela série de
perguntas, Isaías certamente teria respondido: Eis-me aqui. Envia-me. Eu irei.
Paixão pelos perdidos não é apenas um sentimento no coração, mas também uma
disposição para agir.
3. Paixão pelos perdidos pede aproximação e
envolvimento
Quando Jesus viu as multidões, percebeu a sua
aflição e ele foi tomado por uma grande compaixão. A paixão pelos perdidos
pede, além da prontidão para ir, aproximação e envolvimento. Devemos ir ao
encontro do perdido, devemos aproximar-nos dele, envolvendo-nos com ele e suas
necessidades. Não há como ter paixão pelo perdido e manter distância dele.
Jesus pôde ver as multidões e perceber a sua aflição porque estava no meio
delas.
4. Paixão pelos perdidos pede compaixão
Paixão e compaixão são sentimentos distintos,
apesar de próximos. Jesus teve compaixão das multidões porque se importava com
elas. O que isso quer dizer? A paixão pelos perdidos levou Jesus a experimentar
em si mesmo a dor e o sofrimento das multidões. Ele teve empatia por elas,
enxergou a situação pelo seu ponto de vista.
5. A paixão pelos perdidos pede oração
Jesus orientou seus discípulos a orar ao Pai
pedindo mais trabalhadores, pois era grande a multidão de perdidos e poucos os
que estavam dispostos a ir. De fato, no Reino de Deus, nada acontece sem o
poder da oração, tampouco a salvação dos perdidos. A paixão pelos perdidos
deixa de ser apenas um sentimento e passa a ser uma atitude quando intercedemos
pela sua salvação. Em Gênesis 18.16-33, Abraão rogou ao Senhor para não
destruir Sodoma e Gomorra, como estava planejado, por causa dos justos que
viviam ali. Pediu-lhe para poupar os ímpios por amor aos justos.
6. Paixão pelos perdidos pede valores corretos
Por fim, como último texto desta lição, vamos ler Jonas 4.10-11: Você
tem pena dessa planta, embora não a tenha podado nem a tenha feito crescer. Ela nasceu numa noite e numa noite morreu.
Contudo, Nínive tem mais de cento e vinte mil pessoas que não sabem distinguir a mão direita da esquerda, além de muitos
rebanhos. Não deveria eu ter pena dessa grande cidade? Esse texto registra um confronto feito por
Deus aos valores de Jonas. O profeta foi de má vontade pregar a Palavra em
Nínive e ficou profundamente descontente e furioso porque Deus
perdoou o pecado do povo e não o destruiu. Entretanto, quando uma planta que
lhe servia de sombra enquanto dormia foi devorada por uma lagarta e morreu, ele
se enfureceu e lamentou a morte da planta. E o Senhor então lhe pergunta: O que
tem mais valor, uma planta ou grandes multidões de perdidos?
Atualmente, há muitas pessoas apaixonadas pela
ecologia que não medem esforços para preservar a flora e a fauna. E os seres
humanos? Onde estão aqueles que irão militar em favor da raça humana perdida?
Onde estão aqueles que irão doar a vida pela salvação dos perdidos? Esses são
os apaixonados por Deus. Esses são os apaixonados pelos perdidos.
CONCLUSÃO
“Paixão pelos perdidos” foi o tema desta quinta reunião da série “Paixão
Contagiante”. Essa paixão vem do coração de Deus. Por sermos apaixonados pelo
Pai, também nos tornamos apaixonados pelos perdidos. Isso, no entanto, não deve
ficar restrito ao coração, temos de agir. Como? Dispondo-nos a ir onde estão os
perdidos, aproximando -nos e envolvendo-nos com eles. Como Jesus, devemos ter
compaixão e interceder por eles. Por fim, todas essas ações, além de outras,
são motivadas por paixão e por valores corretos. Qual é o valor de uma alma
para Jesus? Uma alma vale mais do que o mundo inteiro, declara o Mestre, em
Lucas 9.25.
IGREJA BATISTA DO CALVÁRIO – SÃO
JOÃO DO PARAÍSO – MG
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